Tecido Muscular Liso

  Brancalhão, R.M.C.; Ribeiro, L.F.C.; Lima, B.; Kunz, R.I.; Cavéquia, M.C.¹

  O músculo liso é composto por fibras fusiformes, com núcleo central e único e sem estriações no citoplasma. De acordo com a localização, o tamanho da fibra varia – podendo atingir 20 µm na parede de vasos sanguíneos de menor calibre, 600 µm no útero grávido e 200 µm no intestino. As características dessa categoria muscular diferem em cada órgão do corpo nas suas dimensões, resposta a estímulos, características da inervação e função. Apesar da variedade, o músculo liso pode ser dividido em: músculo liso multiunitário e unitário.

  Os miócitos integrantes do tecido muscular liso apresentam pouco retículo endoplasmático liso - que não está envolvido no armazenamento de cálcio – e não apresentam túbulos T. No entanto, possuem alguns componentes especiais, como os corpos densos e as cavéolas. Os corpos densos apoiam os microfilamentos contráteis (de actina e miosina) em rede no citoplasma e na membrana plasmática. É importante ressaltar que esses miócitos não expressam a troponina, ou seja, o cálcio se liga à calmodulina. Já as cavéolas são depressões no sarcolema, responsáveis pelo transporte (por pinocitose) de líquidos e eletrólitos (íons Ca++) necessários à contração.

  Na análise histológica, ainda, é possível observar um tecido conjuntivo frouxo envolve as fibras (chamado de endomísio) e lâmina basal.

  O músculo liso pode ser encontrado formando as camadas ou feixes nas paredes do tubo intestinal, no ducto biliar, nos ureteres, na bexiga, na via respiratória, no útero, nos vasos sanguíneos, presente no músculo eretor do pelo (folículo piloso), na íris e corpo ciliar (olho).

  O controle nervoso dessas fibras é feito pelo sistema nervoso autônomo e é involuntário, sincronizado e lento. Entretanto, na íris e globo ocular a contração é rápida e precisa, permitindo adaptação rápida às variações da intensidade de luz. A sincronia se deve às junções comunicantes – que permitem a transmissão do impulso nervoso de uma células muscular lisa para a outra. Ainda, durante a contração, observa-se alteração do formato do núcleo. No organismo, a contração promove, por exemplo, a peristalse do trato digestório, o esvaziamento da bexiga urinária, a constrição da pupila, o parto (pela contração do útero).

  Por fim, evidencia-se que, se lesionadas, as fibras musculares lisas apresentam capacidade divisão mitótica, ou seja, são células que têm capacidade de regeneração.

¹ Como citar:

  • Nas referências: BRANCALHÃO, R.M.C.; RIBEIRO, L.F.C.; LIMA, B.; KUNZ, R.I.; CAVÉQUIA, M.C. Tecido muscular, 2016. Disponível em: <http://projetos.unioeste.br/projetos/microscopio/ Acesso em: 16 de jul. 2016. (conforme data de acesso ao site);
  • No texto: Brancalhão et al. (2016) ou (BRANCALHÃO et al., 2016).

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