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Projeto de Extensão: realidade virtual auxilia no atendimento fisioterápico

Projeto de Extensão: realidade virtual auxilia no atendimento fisioterápico

O curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) possui o projeto de extensão “Atendimento fisioterapeuta de pacientes com sequelas motoras por meio de jogos em realidade virtual” que proporciona aos pacientes sessões baseadas em tarefas funcionais, voltadas principalmente a força, controle motor e equilíbrio, por meio do vídeo game (realidade virtual).


O projeto surgiu a partir da percepção de que alguns jogos eletrônicos, principalmente do “Nintendo Wii”, possuem funções muito parecidas com alguns exercícios da fisioterapia, especialmente para pacientes com sequelas neurológicas.


O professor Fernando Aragão, coordenador do projeto, afirma que a partir dessa observação, foi realizada uma análise cinemática (leva em consideração tempo, espaço, velocidade e aceleração) em alguns pacientes com sequelas neurológicas, e comprovado cientificamente que o tratamento funciona como uma terapia complementar à fisioterapia.


“A realidade virtual utilizada, trata-se de um avatar eletrônico que faz movimentos específicos, onde os pacientes trabalham com ferramentas (prancha e joysticks), e de acordo com o objetivo do movimento do jogo, promove-se alguns aprendizados e melhoras com relação a força, equilíbrio e coordenação”, explica.


Outra razão do surgimento desse projeto está relacionada a fila de espera. O Centro de Reabilitação Física da Unioeste atende 33 municípios da Regional de Saúde. Infelizmente, as vagas não são ilimitadas e consequentemente, muitos pacientes com sequelas crônicas, como derrame e traumatismo craniano, ficam muito tempo aguardando por atendimento. “Nós tínhamos uma demanda que não era atendida. Conseguimos dar um fluxo maior nesses pacientes que estavam esperando e que tinham o critério crônico, desafogando a clínica”.


As sessões de fisioterapia são de aproximadamente 25 minutos em sala reservada para esse fim no Centro de Reabilitação Física, com diversos tipos de jogos projetados em um telão. São realizadas sessões duas vezes por semana (pré-agendados) por alunos colaboradores em equipes e os pacientes são chamados baseando-se na sua doença e capacidade de execução das tarefas, e que não estejam sendo atendidos por outras modalidades.


Além de ajudar a comunidade e dar fluxo nos atendimentos da Clínica, o projeto auxilia no aprendizado dos acadêmicos do curso de Fisioterapia. Bruna Rempel está no projeto como aluna colaboradora há 3 anos e afirma ser uma experiência enriquecedora. “É um projeto incrível de se trabalhar e a experiência adquirida é fascinante, pois a inserção do jogo como meio lúdico e terapêutico é capaz de promover um amplo envolvimento do paciente durante o seu processo de reabilitação das sequelas motoras”.


O projeto teve início em 2012, e desde então já teve mais de 7 bolsistas consecutivos, mais de 50 colaboradores, e por volta de 130 pacientes atendidos. Segundo o professor Fernando, a aceitação por parte desses pacientes foi muito boa por se tratar de um tratamento muito lúdico, acessível e divertido que, ao mesmo tempo, ajuda essas pessoas. O projeto também produz dados com relação ao atendimento, visto que é realizada uma reavaliação constante para o acompanhamento do progresso dos pacientes.


Há 8 anos, o atendimento funciona de forma ininterrupta, mas nesse momento está parado por conta da pandemia da Covid-19. “Em breve nós vamos reativá-lo com força total para angariar mais pacientes, e ajudar tanto a comunidade e o atendimento no centro de reabilitação, quanto o aprendizado dos alunos do curso de Fisioterapia”, finaliza Fernando.

 

Texto: Ana Cauneto

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