Corte de bolsas da Pós-Graduação da UNIOESTE

A Pós-Graduação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) alcançou nos últimos anos patamares de excelência devido à qualificação dos seus professores e, principalmente, aos recursos das agências de fomento.
Há mais de 20 anos os Programas de Pós-Graduação transformam econômica e socialmente as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, por meio da geração de conhecimento, inovação tecnológica e social, qualificação de mão de obra e formação de pesquisadores. Hoje, contamos com 37 Programas, que abarcam 54 cursos de Mestrado e Doutorado, responsáveis pela produção de conhecimento em várias as áreas.
Esse cenário promissor está ameaçado pelos cortes de bolsas implementados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Em 2020, os Programas de Pós-Graduação conceito 3 tiveram cerca de 33% de suas bolsas de demanda social recolhidas. Essa ação impactou negativamente sobre Programas jovens, que dependem da dedicação de seus bolsistas para se consolidarem na produção intelectual e para promoverem uma atuação significativa no contexto social em que se inserem. Os Programas conceito 4 e 5 também tiveram cerca de 21% das bolsas recolhidas.
No mês de março, duas portarias da CAPES, publicadas num interstício inferior a 15 dias, apresentaram o novo modelo de redistribuição de bolsas. Na Portaria nº 34, de 09 de março de 2020, os cortes anunciados chegam a representar 14,52% (62 cotas) das Bolsas DS, em relação ao que tínhamos em 2019.
O novo cálculo e as novas diretrizes impactam sobremaneira na distribuição de bolsas, comprometendo a qualidade das pesquisas e as parcerias com os diferentes segmentos sociais. Esses cortes resultarão na evasão de alunos de mestrado e doutorado, e, consequentemente, na interrupção de inúmeras pesquisas, além de comprometerem novos acessos à Pós-Graduação.
A política de bolsas da CAPES cria condições para que os alunos possam se dedicar integralmente às suas pesquisas, conferindo maior qualidade e impacto na aplicação dos resultados na sociedade e impulsionado a disseminação do conhecimento na esfera científica.
Destacamos que, além do impacto nas pesquisas e seus resultados, o corte de bolsas também desencadeia ações negativas sobre a economia das localidades em que os Programas estão inseridos.
Diante da pandemia do coronavírus/COVID-19, em que a sociedade se depara com um vírus letal, que está colocando setores do governo e da sociedade em estado de alerta, cujos resultados ainda não se pode dimensionar, os cortes de fomento na pesquisa e na pós-graduação podem acentuar os piores prognósticos para esta e para várias gerações futuras.
Ante as ações implementadas pela CAPES e pelo governo federal, a Unioeste se soma a entidades representativas da Pós-Graduação e do Ensino Superior nas manifestações contrárias à política de desmonte da Pós-Graduação e da pesquisa no cenário nacional.