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Huop: Banco de Leite coleta em média 250 litros de leite por mês

Doar leite, é doar vida, são muitos os bebês que já dependeram ou dependem do leite humano para sobreviver. O Banco de Leite do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop) tem como principal objetivo alcançar as vidas que necessitam, e assim oferecer o melhor a elas, promovendo, protegendo e auxiliando a amamentação, principalmente às mães que possuem alguma dificuldade. É no Banco de Leite que elas são orientadas nessa fase e que possuem todo o suporte e materiais para fazer a retirada e doar o leite. Na instituição são coletados, em média, 250 litros de leite por mês, que segundo a legislação, devem ser distribuídos primeiramente para os prematuros, crianças de baixo peso ou as que possuem alguma patologia que só possam receber leite humano e as que estão hospitalizadas principalmente.

A doação de leite é um ato que salva e alimenta o bebê, além disso, sabendo que o hospital possui um Banco de Leite, as mães ficam seguras. Ângela Baron, é mãe da Agatha Cristina, que nasceu prematura e está internada na UTI Neonatal do Huop e diz, “a doação é muito importante para nós mães, porque sabemos que se algum dia a produção parar, vai ter leite para nossas crianças aqui no hospital”. E, ainda, a doação proporciona muitos benefícios às mães. “Aquela mãe que tem muito leite pode ter problemas durante a lactação que são evitados apenas com a retirada do leite. Então doar mantém a produção, evita problemas mamários, ajuda um outro bebê, e faz com que a mãe se sinta bem, porque quando você sabe que aquilo está ajudando alguém, só te traz um retorno positivo”, comenta a enfermeira do setor, Anelise Vieczorec. É válido lembrar que a amamentação previne câncer do ovário e em até 25% o câncer de mama.

A mãe pode ser doadora em qualquer fase da lactação, porém deve estar clinicamente bem, estar conseguindo amamentar o bebê, ter realizado todos os exames de pré-natal e ter todos os exames negativos, depois basta entrar em contato com o banco de leite pelo telefone 3321-5243. “Fazemos o cadastro dela por telefone, depois fazemos uma visita na casa, levamos os frascos, fazemos a orientação de como ela tira, de como ela armazena, os cuidados que ela deve ter, e a partir daí ela vai tirando leite, congelando e o banco de leite passa uma vez na semana para buscar”, diz Anelise.

A enfermeira encoraja as mães dizendo que, “independente do volume que uma mãe consiga doar, esse volume é responsável por contribuir na alimentação de várias crianças”. Geralmente, o prematuro consome pouco volume de leite por dia, por isso não importa a quantidade da doação, o pouco pode ser suficiente. Ângela comenta que como a filha está sob observação ela não pode amamentar diretamente, porém procurou o Banco de Leite em busca de orientações e hoje retira o leite para oferecer à Agatha. “Como a Agatha é prematura tenho pouco, mas não pode desanimar, é pouco mas muito importante para a bebê, qualquer pouquinho já é muito bom para ela, é o vínculo de mãe e filha”, relata Ângela.

O leite humano tem uma função indispensável nos primeiros meses de vida do bebê, pois é o que ajuda no desenvolvimento da criança. Ângela enxerga nitidamente a evolução da filha por conta do leite que está recebendo. “Eu vejo toda a evolução da minha filha na Neonatal, que com certeza é por conta do leite, ela sorri quando fala do leite, se movimenta, tudo isso nos dá força. Quem tiver a oportunidade deve procurar o banco de leite e não vai se arrepender jamais”, diz ela.

Existem famílias que não estão com o bebê hospitalizado, porém precisam de leite, essas famílias devem procurar doadoras e quando encontrarem, podem entrar em contato com o Banco de Leite, e participam de um processo. A enfermeira Anelise explica: “nós fornecemos os frascos, a família entra em contato com essas mães, busca o leite na casa delas, traz pra gente, pasteurizamos e fornecemos pra essa família o leite que ela trouxe”.

Atendimento na Região

O Banco de Leite atende outros municípios, além de Cascavel.  Os transportes municipais vêm para a cidade todos os dias, então é orientado às mães a tirar o leite em casa, levar até a Unidade Básica de Saúde (UBS) e o leite é mandado pelo transporte com todas as condições necessárias. “Esse leite sempre vem com todo o cuidado, todo o rigor, ar-condicionado, em uma caixa térmica com gelo”, informa Anelise. O Banco de Leite também disponibiliza os frascos de vidro para essas mães, que são esterilizados e levados pelo transporte.

Pasteurização

A pasteurização do leite é muito importante para o bebê que vai receber a doação, pois é um processo que elimina todos os tipos de vírus, bactérias e outros microrganismos que possam causar alguma doença no bebê. É através da temperatura, do aquecimento do leite que a pasteurização consegue realizar o processo. Além disso, após esses exames é feito outro, para certificar que a pasteurização foi eficaz. “Tudo isso é para termos certeza da qualidade desse leite que é oferecido ao bebê”, diz Anelise.

Estoque

Hoje, o Banco de Leite do Huop está com um estoque consideravelmente bom, porém é uma época preocupante, pois as doações diminuem bastante. As mães acabam se envolvendo com viagens e festas de final de ano, visitas, são muitas funções que acabam não tirando o leite, e acaba impactando no estoque. Então dezembro e janeiro é um período bem crítico nos bancos de leite no Brasil, “sempre pedimos para aquelas mães que são doadoras, se tiverem a possibilidade de manter a sua doação, que elas mantenham, e as que ainda não são doadoras, se elas puderem, entrar em contato com o banco de leite e que façam o cadastro porque a gente não tem essa carência”, reforça a enfermeira.

Assistência e Orientação

O banco de leite também faz assistência às mulheres com dificuldades na amamentação. Independentemente de onde ela tenha ganho o bebê, se ela está amamentando e está com dificuldade na amamentação, ela pode vir até o banco de leite, onde é feita a assistência no aleitamento materno. Anelise cita alguns casos de mães que precisam dessa orientação, “Mãe com fissura, com o peito machucado, empedrado, com mastite, alguma situação em que de repente a mãe fique angustiada em relação a aquilo ou pouco leite”. Nesses casos e em muitos outros, a mãe procurar o Banco de Leite para receber orientação e assistência. Além disso, as gestantes também recebem orientação, basta ligar no Banco de Leite e agendar um horário para receber essa orientação sobre a amamentação.

Ângela conta que é mãe de primeira viagem e que aprendeu tudo com as enfermeiras do Banco de Leite “me orientaram a vir aqui no Banco de Leite para aprender a  tirar o leite porque, depois a Agatha precisaria, então eu vim em busca da instrução de como retirar o leite e tudo mais, todos os procedimentos foram as meninas que me ensinaram desde o início”, finaliza.


Texto: Maria Luiza De Marco / Supervisão: Thiago Leandro

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