Huop: Dia da Luta Antimanicomial ressalta a luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental
O Dia da Luta Antimanicomial representa a luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Nesse dia 18 de maio, o Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), alerta para os tratamentos, que devem combater a ideia de isolamento e preconceito. “Durante o tratamento devemos explorar aquilo que o indivíduo possui, quais são suas qualidades e como estas qualidades podem a auxiliá-lo na superação de seu transtorno. Descobriremos isso com o contato com o outro, com o social como todo”, explica a psicóloga do Huop, Mônica Stelmach.
Essa luta têm o objetivo de lembrar que como cidadão todas estas pessoas têm direito a receber cuidado e tratamento, mas sem abrir mão de ser cidadão com direito fundamental à liberdade. Conforme a lei nº 10.216, de 2001, o aprisionamento de pacientes é proibido, “porém a lógica manicomial vai além das grades e dos muros, e se estabelecem em modos de tratamento e segregação de pessoas com transtornos mentais, os quais ainda são vistos com estigmas, que foi construído culturalmente”, comenta Mônica.
De acordo com ela, o isolamento de pacientes é maléfico, e não contribui no tratamento. “Aprisionando o indivíduo estamos definindo o que é normal para ele, e apagamos de sua vivência toda sua singularidade, não olhando para suas potencialidades como ser no mundo, assim, como podemos perceber historicamente, o processo de adoecimento ao isolar é devastador, causa estigmas, não contribui para o desenvolvimento de sua subjetividade, além de desumaniza-los, isto é, arrancar deste indivíduo toda humanidade conquistada em sua trajetória”, afirma.
A psicóloga ainda ressalta que há a necessidade da luta, tendo em vista, que alguns lugares ainda mantém o isolamento dos pacientes para tratamento. “Devemos ter cuidado com as comunidades terapêuticas, sendo que algumas não estão tratando os indivíduos para uma reinserção social, apenas os isolando e estabelecendo práticas que não são terapêuticas, no intuito contrário da nossa luta antimanicomial”, enfatiza. “Na história, possuímos grandes artistas, que utilizaram da arte como superação de seus transtornos, agora imaginamos como seria caso estas aristas fossem renegados a usufruir do social? A luta antimanicomial busca compreender que há alternativas de tratamento que irão humanizar destes indivíduos, os quais apenas não seguem a mesma lógica do cotidiano que a realidade permite”, conclui.
Meu nome é loucura
Vocês que me olham com desprezo esquecem
Esquecem que estou vinculado ao poder
Poder este que é político e conservador
Assim como o meu corpo é político e indócil
Já tentaram me docilizar
Me colocaram atrás de grades e grandes muros
Tentaram me esconder com uma grande fábrica de corpos
Como se eu fosse uma doença
E que doença é essa?
Essa que percorre com o trabalhador que acorda as 06 e volta as 18
Pelo pão de cada dia
Essa doença que se alimenta do indivíduo que não é aceito
Porque sua essência é outra de sua aparência
Essa doença que perpassa a normalidade
E que normal é esse?
Se adequar a um sistema que olha as pessoas como massa para sua manutenção?
Doente são vocês que deixam pessoas morrerem
E apenas lamentam a queda financeira
Vocês aí são doentes
Eu não Caibo nessa sociedade que me reduz a um número apenas
Louco mesmo és tu que me despreza
E vê tudo como normal
Esquecem que estou vinculado ao poder
Poder este que é político e conservador
Assim como o meu corpo é político e indócil
Já tentaram me docilizar
Me colocaram atrás de grades e grandes muros
Tentaram me esconder com uma grande fábrica de corpos
Como se eu fosse uma doença
E que doença é essa?
Essa que percorre com o trabalhador que acorda as 06 e volta as 18
Pelo pão de cada dia
Essa doença que se alimenta do indivíduo que não é aceito
Porque sua essência é outra de sua aparência
Essa doença que perpassa a normalidade
E que normal é esse?
Se adequar a um sistema que olha as pessoas como massa para sua manutenção?
Doente são vocês que deixam pessoas morrerem
E apenas lamentam a queda financeira
Vocês aí são doentes
Eu não Caibo nessa sociedade que me reduz a um número apenas
Louco mesmo és tu que me despreza
E vê tudo como normal
Poema de Douglas William Alves - estagiário de Psicologia do Huop
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