Preço do açúcar e café estão entre produtos que mais subiram na Cesta básica, aponta pesquisa

Em pesquisa realizada mensalmente pelo Dieese, o mês de abril de 2021 apresentou aumento no custo da cesta básica de alimentação para uma pessoa adulta em 15 das 17 capitais pesquisadas. As maiores altas ocorreram em Campo Grande (6,02%), João Pessoa (2,41%), Vitória (2,36%) e Recife (2,21%). Já em Belém e Salvador houve uma retração de (-1,92%) e (-0,81%) respectivamente.

No sudoeste do Paraná o GPEAD (Grupo de Pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento, afeto ao Curso de Ciências Econômicas da Unioeste, campus de Francisco Beltrão) e instituições parceiras, desenvolvem pesquisas também mensalmente. Em abril, os dados da pesquisa evidenciaram que as variações percentuais do valor da cesta foram pequenas, tanto em Francisco Beltrão (0,56%) quanto em Pato Branco (-0,16%). No entanto, em Dois Vizinhos, constatou-se alta de (11,76%).

Os produtos presentes da cesta básica que apresentaram mais aumento foram, de acordo com o Dieese, a carne vermelha de primeira, o açúcar, o café em pó, o óleo de soja, a manteiga/margarina, o feijão e o tomate. A banana, porém, foi o produto que teve considerável retração de preço. Nos municípios do Sudoeste o Paraná, pesquisados em abril pelo GPEAD, com exceção do feijão, verificou-se o mesmo comportamento. Nessas cidades, contudo, o destaque de preços altos fica para o açúcar, o café, o óleo de soja, o leite e o pão.

A elevação no preço médio do tomate no Sudoeste do Paraná ocorreu em Dois Vizinhos (15,01%) e em Pato Branco (25,06%). Segundo o Dieese no relatório mensal da pesquisa, o clima mais chuvoso e à desaceleração da safra explicam as elevações.

O preço médio do quilo do açúcar do tipo cristal apresentou aumento em Dois Vizinhos (5,89%), Francisco Beltrão (1,79%) e Pato Branco (0,55%). De acordo com o Dieese, o atraso da colheita e na moagem a oferta da cana foi reduzida, tendo o preço mais alto como consequência; e ainda soma ao fato de que estejam também os preços do açúcar aquecidos no mercado internacional, reforça a alta do preço no mercado nacional.

O café em pó teve o preço elevado em Dois Vizinhos (8, 79%), em Francisco Beltrão (4,91%) e em Pato Branco (0,63%). A menor oferta do grão é efeito de safras com resultados menores, somada à negociação de vendas futuras a preços altos, que contribui para o cenário de alta.

 O custo médio do óleo de soja, subiu nas três cidades pesquisadas do Sudoeste do Paraná, sendo em Dois Vizinhos (3,75%), em Francisco Beltrão (6,44%) e em Pato Branco (1,24%). O que explica a situação são as exportações e a elevada cotação dos preços pagos no exterior.

Segundo o CEPEA – USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a situação também explica a elevação ocorrida nos preços médios do trigo, que por conseguinte, aumenta o preço médio do pão tipo francês, já que a obra prima base do produto é a farinha de trigo.  Ela teve o preço elevado em Dois Vizinhos (3,73%) e Pato Branco (1,61%) e apresentou queda uma queda de (-2,5%) em Francisco Beltrão. Já o preço do pão do tipo francês aumentou em Dois Vizinhos (2,71%), Francisco Beltrão (4,15%) e Pato Branco (0,92%).

O leite fecha o conjunto de produtos cujos preços médios apresentaram alta nos municípios do Sudoeste do Paraná. Em Dois Vizinhos foi de (0,79%), Francisco Beltrão (3,75%) e Pato Branco (1,47%). O custo de produção para o produtor explica a elevação ocorrida em abril.

Além do mais, as pesquisas mostram que o salário mínimo nacional, em abril, é insuficiente para assegurar a aquisição da cesta básica familiar. Levando em conta que o salário mínimo deveria satisfazer a todas as demandas previstas constitucionalmente, as quais são de acordo com o (Art 7º. CF/88: moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Se observada a determinação legal, para a manutenção de uma família de quatro pessoas, o salário mínimo deveria ter sido, em abril, de: R$ 4.096,25 em Dois Vizinhos, R$ 4.165,90 em Francisco Beltrão e R$ 3.840,05 em Pato Branco.