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Covid-19: cerca de 60 pacientes já fizeram a espirometria

Dia 21 de agosto de 2020 é a data que não será esquecida pela Terezinha Oliveira Geacomini, e nem pela família. Foi nesse dia que ela recebeu alta do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), após 37 dias internada na Ala Covid-19, sendo 19 dias deste período na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Foi um susto. Me cuidei tanto, não tirei a máscara em nenhum momento fora de casa, e de repente, fui surpreendida com a doença”, conta Terezinha.

Quem passou por esse momento com o coração apertado foi o Valter Geacomini, esposo de Terezinha. Ele, que não contraiu a doença, conta emocionado como passou esses dias na esperança da recuperação. “Foi muito complicado, sempre estamos juntos, aí acontece isso e não podia nem ver ela. Pior ainda era ir trabalhar, encontrar pessoas que não acreditavam nessa doença. Precisei ser forte, principalmente por conta da nossa filha”, diz.

A alta para casa é um dia bastante lembrado por todos os pacientes que passaram pela Ala Covid-19. Mas a recuperação não termina nesse dia. Terezinha já passou por acompanhamento médico, e na última semana fez o exame de espirometria, que analisa a quantidade de ar e capacidade do pulmão. Desde agosto do ano passado, cerca de 60 pacientes já passaram por esse exame no Huop. “Precisa esperar o tempo aproximado de 4 meses para que possamos avaliar as condições reais do paciente. Se o exame for feito logo após a alta, será identificado alguma alteração, porém em razão do internamento e não das possíveis sequelas da doença”, avalia a fisioterapeuta, Joseane Silva Nobre.

Nesse acompanhamento, a equipe da Fisioterapia também observa atividades que antes da Covid-19 eram comuns, e que agora os pacientes não conseguem mais realizar. “O objetivo é identificar as possíveis limitações, e realizar o acompanhamento para que possam recuperar e voltar a fazer as atividades sem dificuldade, sejam elas no trabalho ou até mesmo lazer. E para isso, precisamos individualizar, pois cada paciente, independente do agravamento da doença, ou tempo de internamento, possui um sintoma diferente”, diz a fisioterapeuta, Janaína Paula Aroca.

Se identificado alterações na espirometria, os pacientes são acompanhados com a equipe médica, que pode prescrever e ajustar medicações, além disso, exercícios e orientações da Fisioterapia também auxiliam nessa recuperação.

A equipe da Fisioterapia ainda ressalta, que durante os seis meses em que é realizado o exame e acompanhamento, a maioria dos pacientes apresentaram algum sintoma ou dificuldade após a Covid-19. “Observamos no primeiro momento, com os primeiros pacientes internados, que muitos estavam abalados e com sintomas psicológicos, já alguns apresentaram também alguma dificuldade motora por conta do tempo de internamento, e outros, a dificuldade pulmonar, que é avaliada nesse exame. Precisamos sempre ouvir o paciente e recomendar o melhor acompanhamento para que possa voltar a rotina de antes”, ressalta Joseane.

E mesmo ainda em recuperação ou acompanhamento, a data da alta, é lembrada, assim como para Terezinha, também por todos os pacientes que passaram pela unidade. É o dia em que todos comentam com emoção sobre a alegria em rever a família. É o dia em que voltam a ter esperança ao contar sobre os dias angustiantes que passaram no hospital. “Todos lembram desse dia, e é impossível não nos emocionarmos com as histórias, também dos familiares que conta o que enfrentaram de angústia do outro lado”, comenta, Janaína.

E o recado, de todos os pacientes, é o mesmo: “Espero que as pessoas se cuidem, a doença é muito séria”, diz Terezinha.

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