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Ações do Numape lembram Dia de não violência contra a mulher

As mulheres sofrem violências todos os dias, seja física ou verbal, em casa ou no trabalho. O dia 25 de novembro é celebrado como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. Essa data marca o início da Campanha 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher., quando são feitas ações de prevenção em todo o mundo, em uma campanha chamada 16 dias de ativismo.

No Campus de Toledo da Unioeste, o projeto de extensão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Núcleo Maria da Penha (Numape), realiza sua campanha com o tema “Sobreviver é mais importante que permanecer”, frase da poeta Ryane Leão.

A cientista social do Numape, professora Camila Alves, expõe que as ações são voltadas a todos os públicos, desde crianças e adolescente até os mais idosos e que o trabalho é voltado à sensibilização de mulheres e homens sobre a violência de gênero e sobre relacionamentos abusivos.

Ela comenta que no Brasil, as ações iniciam no dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra e a campanha dura 21 dias. A inclusão do dia 20 de novembro à Campanha no Brasil possibilita que se realize o debate da interseccionalidade de gênero e raça, para ressaltar as experiências das mulheres negras, que são as maiores vítimas de violência no país, resultantes da combinação do machismo com o racismo.
Alves explica ainda que, devido à pandemia de Covid-19, as ações tiveram mudanças em relação a anos anteriores. “Nós começamos um trabalho de visita aos equipamentos de políticas públicas em Toledo. Começamos na Vila Pioneira, que concentra muitos espaços específicos para o atendimento da mulher em situação de violência, (como a Secretaria de Política para Mulheres e a Delegacia da Mulher) e vamos passar por todos esses serviços, distribuindo nosso material e conversando com esses equipamentos”, diz Alves.

O assistente social do Numape, Villian Veiss, comenta que como as ações ficaram mais concentradas em ambientes virtuais, acabam atingindo as pessoas mais privilegiadas na questão de acesso à informação. “A gente entende que com as visitas aos equipamentos, tanto em Toledo, quanto nos municípios da comarca, isso acaba trazendo demanda. Quando a gente leva informação, muitas pessoas acabam se identificando e vem a demanda, então a gente se prepara para o aumento gradativo da demanda”, explica Veiss.

O Numape

Criado em 2018, o Numape já atendeu mais de 136 mulheres em situação de violência. Camila explica que o projeto oferece às mulheres orientação para as suas demandas jurídicas e atua na garantia de direitos para elas e seus dependentes, como o divórcio e pagamento de pensão aos filhos.

A advogada do Numape, Luana Carolina Rohde explica que todas as mulheres que procuram o projeto, são atendidas, mas que para conseguir a orientação e encaminhamento jurídico, é preciso que a mulher tenha uma renda de até três salários mínimos. “Somos três profissionais; tem um assistente social, que vai fazer toda essa questão dos encaminhamentos e ver as demandas na área social; eu sou a advogada, então atuo para entrar com os processos na Vara de Família, que é pensão, divórcio, guarda, partilha de bens, e também acompanho os processos criminais; e tem a Camila, que é cientista social, que fica mais com a parte das ações socioeducativas”, argumenta Rohde.

Além da parte jurídica, o projeto produz conteúdos de caráter preventivo, que exemplificam às mulheres situações de abuso e violência, que muitas vezes são normalizadas no cotidiano. Para auxiliar na exposição dos exemplos, são criados jogos de tabuleiro, que mostram situações do dia-a-dia consideradas abusivas, mas que foram normalizadas.

História

O dia 25 de novembro foi escolhido em 1981 como o Dia Latino-Americano de Não Violência Contra a Mulher, em referência ao assassinato das irmãs Mirabal, em 1960, na República Dominicana. As irmãs Patria, Minerva e Maria Teresa voltavam de Puerto Plata, onde os maridos estavam presos, quando foram mortas pela ditadura de Rafael Trujillo. Agentes da ditadura abordaram o carro que transportava as mulheres na estrada. As irmãs foram enforcadas e depois espancadas, para que as mortes aparentassem ser em decorrência de um acidente.

Entre 1949 e 1960 as irmãs foram presas várias vezes por lutar por soluções para os problemas sociais na República Dominicana. O assassinato das irmãs é considerado um dos fatores que pôs fim à ditadura de Trujillo.

Nesta data, em 1981, foi realizado o primeiro Encontro Feminista da América Latina e do Caribe na cidade de Bogotá (Colômbia), onde mulheres denunciaram situações de violência doméstica, e também violação e assédio sexual por parte do Estado. Em 1999 a data foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas como o dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.

Por Daniel Schneider
S
upervisão de Rosana Mirales

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