Pesquisa Unioeste: Cesta básica tem aumento de 9,24% na região Sudoeste

A pesquisa da cesta básica realizada mensalmente pelo Grupo de Pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento (GPEAD) do curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Francisco Beltrão,  constatou que no mês de setembro, ocorreu aumento no custo dos alimentos em algumas cidades da região Sudoeste do Estado.

O aumento mais expressivo foi em Pato Branco 9,24%, seguido por Dois Vizinhos, 5,42%; Francisco Beltrão, 3,50% e, Realeza, com a menor alta, 3,33%. Em valores nominais, o custo da cesta básica individual mais elevada foi a de Francisco Beltrão, R$ 435,53, seguida por Dois Vizinhos, R$ 432,78, Realeza, R$ 427,13, e a de menor custo foi a de Pato Branco, R$ 417,35.  

O comportamento dos preços dos itens que compõem a cesta básica, entre agosto e setembro, nas cidades pesquisadas pelo GPEAD, mostrou que o movimento dos preços teve um aumento para os seguintes produtos: arroz, óleo de soja, banana, açúcar, leite e carne.

No Sudoeste paranaense, o óleo de soja aumentou em todas, com destaque para Realeza (34,74%) e Pato Branco (32,17%). A baixa dos estoques e a alta demanda interna e externa, propiciou o aumentou dos preços do grão e seus derivados. Com relação ao arroz, o grupo constatou alta no preço do arroz parboilizado nas quatro cidades pesquisadas, com destaque para Dois Vizinhos, (34,50%); Realeza (32,78%) e Pato Branco (32,47%). Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), “o elevado volume de exportação e os baixos estoques mantiveram os preços em alta. Os efeitos da importação do grão com imposto zero não foram registrados em setembro”.

Em todas as cidades pesquisadas do Sudoeste, o preço da carne aumentou. As maiores altas foram em Dois Vizinhos (7,5%) e Realeza (4,18%). A alta do preço da carne está associada a uma menor oferta de animais para abate, aumento das exportações do produto e ao aumento do custo dos insumos (farelo de milho e soja).

Com relação ao litro de leite, o GPEAD verificou o aumento em todas as cidades, com destaque para Pato Branco e Francisco Beltrão com elevações de 10,81% e 3,6%, respectivamente. Para o Dieese, a alta no preço do leite está relacionada a uma maior “concorrência entre as indústrias produtoras de laticínios para a compra do leite no campo, elevação do custo dos insumos, como farelo de milho e soja, e a estiagem, que prejudicou as pastagens”.

O preço médio do açúcar também apresentou alta em todas as cidades pesquisada, com destaque para Dois Vizinhos (12,20%). A expansão das exportações do açúcar e “a alta demanda da cana, principalmente para a produção de etanol, elevaram o preço do açúcar cristal e refinado no varejo”, conforme o Dieese.

O grupo confirmou que o quilo do tomate teve aumento de preço em Pato Branco (69,04%) e Francisco Beltrão (22,94%). Em sentido contrário, em Dois Vizinhos houve redução de preços (2,41%). A alta nos preços do fruto está associada uma menor oferta do produto.

As reduções de preços de itens da cesta básica foram observadas na batata e no café. O preço médio da batata, recuou em todas as cidades pesquisadas no Sudoeste, com exceção de Pato Branco, com aumento de 13,63%. As reduções de preços mais acentuadas foram em Realeza (53,77%) e Francisco Beltrão (18,6%). A maior oferta do tubérculo, com o avanço da colheita, possibilitou uma redução de preços no varejo.

Dentre os itens da cesta básica o preço do café também apresentou redução, com destaque para Realeza (-10,98%), Pato Branco (-1,91%) e Francisco Beltrão (-0,78%).

Por Luis Gustavo
Supervisão por Patrícia Bosso