Os cursos de Psicologia e de Educação Especial Inclusiva da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo, promoveram na terça-feira (04), um evento que reuniu estudantes, professores e pesquisadores para discutir os fundamentos da Psicologia Histórico-Cultural e sua contribuição à prática pedagógica na Educação Especial. A palestra foi ministrada pelo professor Guillermo Arias Beatón da Universidad de Havana, reconhecido internacionalmente por seus trabalhos e pesquisas sobre desenvolvimento infantil, necessidades educacionais especiais e orientação psicológica.
O encontro teve como foco central o debate sobre o papel da teoria histórico-cultural no processo educativo de pessoas com deficiência. Beatón compartilhou reflexões sobre a necessidade de se compreender o desenvolvimento humano a partir de uma perspectiva que articule os aspectos sociais, culturais e históricos da aprendizagem.
A atividade contou também com a presença de professores e acadêmicos de ambos os cursos que participaram de momentos de diálogo com o convidado. O evento foi resultado do esforço coletivo que vêm buscando fortalecer o debate teórico-prático sobre inclusão educacional no âmbito da universidade pública.
“A intenção da nossa conferência foi reafirmar que toda criança pode aprender, desde que a educação seja bem organizada e cientificamente conduzida. O enfoque histórico-cultural nos mostra que é possível formar todos os sujeitos, inclusive aqueles com deficiências ou dificuldades. Uma educação de qualidade precisa incluir a todos. E é esse o compromisso que devemos assumir coletivamente”, afirma Beatón. Para ele, pensar a educação especial sob esse ponto de vista é essencial para que a escola deixe de apenas integrar e comece, de fato, a incluir.
A coordenadora do curso de Psicologia da Unioeste, professora Rejane Coelho, comenta que o pesquisador traz uma grande contribuição formativa aos estudantes. “O professor Guillermo tem uma trajetória muito importante na produção de conhecimentos na área da Psicologia Histórico-Cultural e da Educação Especial, e isso vem possibilitar a reflexão necessárias para que nós possamos produzir motivações e conhecimentos que fazem com que possamos continuar com o processo de desenvolvimento do trabalho da educação especial”, diz.
“Com a presença do professor Guillermo, vivenciamos um momento formativo riquíssimo na Unioeste. Suas reflexões aprofundaram o diálogo entre a Psicologia Histórico-Cultural e a Educação Especial Inclusiva, fortalecendo nosso compromisso com a inclusão no ensino superior e na educação básica. Atendemos hoje mais de 160 acadêmicos com necessidades educacionais específicas nos cinco campi da Universidade, e eventos como esse ampliam a nossa visão e atuação. Que essas iniciativas cresçam e consolidem, cada vez mais, uma universidade verdadeiramente inclusiva”, menciona a coordenadora do curso de Educação Especial Inclusiva da Unioeste, professora Tânia Martins.
Ao final do encontro, estudantes e professores puderam dialogar diretamente com Beatón, trazendo questões sobre os desafios da atuação no campo da Educação Especial e sobre as possibilidades de articulação entre teoria e prática. O professor encerrou sua participação reiterando que a inclusão deve ser pensada como um projeto coletivo de transformação social, sustentado em princípios de justiça e de equidade.
Texto: Alexsander Marques