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Unioeste entra no combate contra o assédio sexual nas IES

Unioeste entra no combate contra o assédio sexual nas IES

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), por meio do Campus de Foz do Iguaçu, está na luta contra o assédio sexual nas Instituições de Ensino Superior (IES). O trabalho é realizado por meio do projeto de extensão, intitulado Você não está sozinha: rompendo o silêncio do assédio sexual no meio universitário, sob coordenação da professora doutora Alessandra Carrijo e subcoordenação da agente universitária Adriana de Souza Lima.

A coordenadora explica que o objetivo é desenvolver ações de combate e enfrentamento ao assédio sexual “a partir dessas ações buscamos estimular o debate e a conscientização sobre assédio sexual, engajar gestores para enfrentar a cultura do assédio, construir uma cultura institucional de repúdio aos assédios e incentivar a criação de normas institucionais que protejam as vítimas de assédio sexual.”.

O projeto entrou em vigor, em 2020, motivado pela relevância do problema e a necessidade de instituir meios de combate e denúncia, vinculado diretamente à violência contra mulheres e envolve  30 alunos da graduação e pós-graduação, professoras de múltiplos cursos, agentes universitárias, diretorias de centro e de campus. “Além do tema ser um problema social de relevância, a violência contra a mulher atinge milhares de mulheres, vítimas do sistema patriarcal em que vivemos, e como temos conhecimento”, frisa.

A professora menciona que já houve e ainda há casos de assédio sexual na universidade, normalmente mascarado por (comentários e brincadeirinhas) e não verbais hostis, objetificação, exclusão e atribuição de inferioridade para as mulheres.

A professora relata que fez um trabalho de pesquisa para instituir o projeto. Entre os trabalhos, a pesquisa ‘’Violência contra a mulher no ambiente universitário”, tem dados relevantes sobre o problema, ou seja, “as mulheres estão sujeitas à violência em diversos ambientes, inclusive o universitário”. Esta pesquisa, realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Centro de Pesquisa Data Popular,  em 2015, revelou que 56% das mulheres entrevistadas sofreram assédio sexual e 67% sofreram algum tipo de violência praticada por um homem no ambiente universitário.

O trabalho

Além desse trabalho, também o projeto faz uma interlocução da extensão com a pesquisa, que atualmente tem duas alunas de Iniciação Científica (IC), uma delas com bolsa PIBIC/ Fundação Araucária, com pesquisa sobre assédio sexual nas universidades públicas em Foz do Iguaçu.

Por conta da pandemia de novo coronavírus, a pesquisa foi reconfigurada e está sendo realizada por meio de lives e produção de conteúdo via redes sociais.

O projeto tem páginas nas redes sociais, Facebook e Instagram. Em 2020, houve um ciclo de debates com alunas, com debate de sete documentários sobre o tema, trabalho que está transcorrendo esse ano. “Esperamos que o projeto cumpra seu papel extensionista e social em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de levar à comunidade acadêmica e externa esse debate, na tentativa de não só conscientizar, mas também encorajar a vítima a romper o silêncio e denunciar o abusador”

Depois da normalização do calendário, será realizado um novo cronograma de trabalho, com atividades presenciais. O grupo também tem um acervo de documentários, filmes sobre o assédio e direitos humanos, que podem ser acessados pelos endereços www.instagram.com/estudarsemassedio; www.facebook.com/estudarsemassedio;

Lei completa 20 anos

A lei contra assedio sexual no Brasil completou 20 anos, por meio do  Art. 216-A, no  Código Penal. A lei define como crime de assédio sexual como o de "constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função".

O assédio sexual no meio universitário sempre ocorreu de maneira mascarada, na qual o abusador usa de subterfúgios para abordar a vítima, de forma sutil, contínua, mascarada em brincadeirinhas, discurso oblíquo e de duplo sentido. A estratégia vai aos poucos minando a autoconfiança da mulher, que começa a duvidar, inclusive, de sua capacidade intelectual, criando um ambiente de confusão e controle psicológico.

A coordenadora do projeto que trata sobre o assunto da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, professora doutora Alessandra Carrijo, diz que a prática é um crime, “lamentavelmente praticado por conta das relações sociais, historicamente instituídas em uma sociedade patriarcal e que fomenta a hierarquização de gênero”.

Para a especialista, o assédio sexual acarreta prejuízos morais, psicológicos, físicos e emocionais às vítimas e se tratando de alunas de graduação, ”o que impacta em sua formação, abala sua autoestima, sua segurança e seu bem-estar, gerando desistência do curso em algumas situações”

A professora diz, ainda, que há muitas as barreiras que as mulheres vítimas de assédio precisam enfrentar, “pois geralmente são expostas e desacreditadas pela sociedade

Texto: Mara Vitorino

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