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Unioeste e voluntários entregam Cmei Dona Laura para acolher crianças em Rio Bonito do Iguaçu

Força-tarefa contou com apoio de estudantes do Projeto Rondon dos cinco campi da universidade
 
      Um passo importante e marcado pela união de esforços foi dado nesta segunda-feira (17) em Rio Bonito do Iguaçu, cidade paranaense atingida por um tornado na sexta-feira (07). O CMEI Dona Laura foi escolhido para passar por uma reforma emergencial. A decisão foi tomada após análise técnica que confirmou que não havia danos estruturais, como explica o engenheiro da Unioeste, Paulo Henrique Gris, diretor de Obras da universidade. “Fizemos aqui um levantamento de custos para recuperar a estrutura geral desse local, mas antes disso liberamos o espaço para que pudesse voltar a atender de forma emergencial”, explica o engenheiro. Com a liberação técnica, teve início uma força-tarefa que uniu voluntários, estudantes do Projeto Rondon da Unioeste, professores e profissionais.
 
      O coordenador da missão, Victor Ribas Junior, explica como foi necessário agir rápido. “Nossa missão era encontrar um espaço que pudesse atender crianças. Em conversa com a engenharia da Unioeste e a Secretaria de Educação do município, entendemos que o Cmei Dona Laura não tinha problemas estruturais e foi aí que colocamos a mão na massa e conseguimos transformar esse espaço em menos de uma semana.”
     
      A professora, Rosislene Fontana, e o professor Celito De Bona estavam responsáveis pela equipe de rondonistas. “Quando nós chegamos estava tudo destruído. A primeira coisa que fizemos foi retirar os entulhos daqui de dentro. Enquanto os apenados trabalhavam no telhado, nós focamos em deixar tudo organizado, limpo, pronto para que estas crianças sejam recebidas. Foi um trabalho de muita união, que faz toda a diferença.”, conta Rosislene.
 
Acolhimento das crianças
 
      O objetivo era claro: devolver rapidamente um espaço seguro para receber crianças de 0 a 10 anos enquanto suas famílias trabalham na reconstrução de seus lares. A secretária de Educação de Rio Bonito do Iguaçu, Eliane Dal Casteli, afirma que a prioridade sempre foi acolher estas crianças, que estão vivendo um momento muito difícil. “Esse é o primeiro espaço entregue. Ele foi muito danificado e, em poucos dias, já está preparado para ser um abrigo organizado. Aqui serão acolhidas todas as nossas crianças do quadro urbano que hoje estão desalojadas durante o dia. É aqui que acontecerão atividades importantes para cada uma delas”, comemora a secretária.
 
      A diretora do Cmei, Lucieli Vargas, afirma que é até difícil acreditar que foi possível fazer tudo em tão pouco tempo e que agora a meta é receber estas crianças. “Toda a tragédia que a gente viu mexeu com a gente. Porém, hoje, quando nos deparamos com o Cmei agora, traz esperança novamente para nós. O que queremos é recomeçar, e é isso que vamos fazer a partir de agora.”
 
      Além da mobilização universitária, apenados do sistema penitenciário do Paraná foram incorporados ao mutirão, reforçando a mão de obra disponível. “Nós temos equipe de pessoas privadas de liberdade de várias cidades. São 89 ao todo na reconstrução de Rio Bonito do Iguaçu. Nosso papel nessa primeira fase tem sido a limpeza e restauração de telhados. Aqui, o Cmei é um exemplo do que está sendo feito. Continuaremos na cidade até que nossa contribuição seja útil”, conta o chefe da Divisão de Produção e Desenvolvimento da Polícia Penal, Boanerges Silvestre Boeno Filho. Universidade e comunidade.
 
      A atuação integra, de forma direta, o compromisso da Unioeste com o desenvolvimento regional e a resposta rápida em situações de crise. O trabalho dos extensionistas do Projeto Rondon foi essencial para a limpeza, organização e preparação dos ambientes, reforçando o papel social das universidades públicas. O secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Nelson Bona, esteve em Rio Bonito do Iguaçu e participou da cerimônia de entrega do Cmei. “Esta é uma entrega importante porque vai impactar a comunidade, com o acolhimento das crianças nesse período em que não é possível retomar o calendário escolar. Isso foi possível em tempo recorde porque várias pessoas se uniram. O trabalho da Unioeste foi fundamental, com a equipe do Projeto Rondon, Depen, Secretaria de Educação e tantos outros que fizeram a diferença nesse momento. As nossas universidades continuam à disposição da comunidade.”
 
      O reitor da Unioeste, Alexandre Webber, ao visitar Rio Bonito do Iguaçu no domingo pós-temporal, acionou as equipes que poderiam contribuir com a comunidade e hoje participou do ato. “Tenho muito orgulho dos nossos alunos e professores. Ver aqui a ação fantástica dos extensionistas do Rondon, junto dos apenados, fez a diferença. Esse é o papel da universidade junto à comunidade. Precisamos destacar que todas estas pessoas, assim que chamadas, aceitaram estar aqui — isso faz a diferença.” Novas ações paralelamente à limpeza, engenheiros e arquitetos da Unioeste, vinculados ao setor de Obras da universidade e ao Projetek, atuaram voluntariamente na elaboração de 12 laudos de edificações atingidas, em parceria com a Defesa Civil e o CREA-PR.
 
      A vice-coordenadora do Projetek, professora Hitomi Mukai, conta que os documentos são fundamentais para agilizar a liberação de recursos para reconstrução de espaços públicos. “Nós atuamos no levantamento e registro fotográfico das edificações públicas do município e fizemos estimativa de valores para a liberação de recursos das diferentes fontes que estão disponíveis para o município, diante do estado de calamidade pública.” O CMEI Dona Laura apesar de ter passado por reparos emergenciais, também integra a lista de estruturas que receberão reestruturação completa, já estimada em pouco mais de R$ 522 mil.
 
Texto: Thiago Leandro Foto: Arnaldo Neto/AEN Victor Ribas Junior

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