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Tecnologia desenvolvida pela Unioeste permite monitoramento inteligente do mosquito da dengue

Uma parceria entre a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Prefeitura de Foz do Iguaçu vai permitir que seja a primeira cidade do mundo a ter um sistema de monitoramento inteligente de mosquito transmissor da dengue. A assinatura da autorização de pesquisa foi assinada nesta sexta-feira (24) pela direção da Unioeste e autoridades municipais e permitirá que, a partir do ano que vem, o município consiga fazer monitoramento em tempo real de forma automática. Hoje, o monitoramento depende da informação manuais, seja o número de pessoas infectadas, ou que detectaram locais de criadouro, além de armadilhas físicas.

Intitulada “Desenvolvimento de Tecnologia para Monitoramento do Aedes aegypti Utilizando Inteligência Artificial”, a pesquisa tem como objetivo o desenvolvimento e implementação de uma grande rede de monitoramento inteligente do mosquito por meio de sensores óticos e algoritmos de inteligência artificial.

A Unioeste campus Foz do Iguaçu irá executar a pesquisa, sob coordenação do professor doutor André Gustavo Maletzke, do curso de Ciências da Computação, com apoio técnico e logístico do Centro de Zoonoses. “Uma das grandes questões do monitoramento é saber qual o tamanho da população de mosquitos na cidade. Uma vez que temos isso, conseguimos tomar decisões frente a um possível surto, agindo para diminuir o número de casos de doenças que podem ser transmitidas por esses mosquitos vetores”, explica o pesquisador.

É um equipamento de baixo custo, podendo chegar a dez vezes menos do que alternativas existentes no mundo. O valor baixo é importante pelo grande número de equipamentos necessários para cobrir uma grande área. A partir do início de 2026, serão instalados em sistemas de armadilha já presentes no município e, ao entrar na área da armadilha, o sensor consegue captar exatamente de qual mosquito se trata e suas características.

A pesquisa iniciou há dez anos e é realizada na Unioeste e a tecnologia foi desenvolvida em parceria com diversas universidades, como a Universidade de São Paulo (USP), North Caroline State University (Estados Unidos) e Universidade de Nova Gales do Sul (UNSU), da Austrália. Porém, Foz do Iguaçu foi escolhida como a primeira cidade a utilizar a tecnologia em função de ser uma das cidades com maior índice de infestação do mosquito. No Brasil,

a Unioeste é a única que aprimora o equipamento, dando informações precisas para a IA auxiliar nesse trabalho.

Os sensores inteligentes funcionam através de comandos dados para a Inteligência Artificial, conseguem captar o som dos mosquitos e identificar a qual pertence. O equipamento já é capaz de identificar 3.500 espécies, sendo 200 destas transmissoras de doenças. Como cada espécie tem som diferente, a IA tem esses dados e consegue informar quando se trata do Aedes aegypti e se já picou alguém. Esses dados são repassados em tempo real para uma central, o que ajuda a localizar índice de manifestação, quais horários de maior infestação, as áreas mais perigosas e fazer predição de surtos.

Assinaram o documento, o diretor geral da Unioeste Campus Foz do Iguaçu, Sergio Moacir Fabriz, o prefeito de Foz do Iguaçu, General Joaquim Silva e Luna, o secretário municipal de Saúde, Fábio de Mello, e o coordenador do projeto, André Gustavo Maletzke.

“A Unioeste, como universidade pública, tem a missão de promover o desenvolvimento da nossa comunidade. Pesquisas como esta mostram a importância da ciência desenvolvida por nós, contribuindo com o município e com o mundo na prevenção dessa doença, que pode matar”, fala o diretor do campus Foz do Iguaçu, Sérgio Moacir Fabriz.

Pelo acordo assinado, a Prefeitura compromete-se a disponibilizar suporte técnico-operacional necessário para a execução das atividades. “É um salto na prevenção e proteção da nossa população nessa área. Nós temos um problema grande de prevenção e aparece um trabalho desse que vem ajudar a cidade.”, disse o prefeito General Silva e Luna.

O secretário municipal de Saúde lembra que a parceria entre município e Unioeste já vem de longa data “A Unioeste é grande parceira nossa, seja no hospital, na atenção primária e outras áreas. Agora, temos esse desenvolvimento tecnológico que será de grande ajuda ao nosso trabalho de campo de prevenção à dengue”, comentou o secretário Fábio Mello.

Texto: Daniela Neves /Fotos: Mohammad Fayed

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