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Professora da Unioeste apresenta resultados de pesquisa sobre mudanças climáticas no Paraná Faz Ciência 2025

Estudo integra oNovos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI) e revela aumento na intensidade das chuvas e períodos mais longos de seca no Estado

A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) marcou presença no Paraná Faz Ciência 2025 com a participação da professora Leila Limberger, do colegiado de Geografia do campus Cascavel e do Programa de Pós-Graduação em Geografia do campus de Marechal Cândido Rondon, representante do Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI). Durante o evento, a docente apresentou os resultados do eixo de prognósticos e diagnósticos das mudanças climáticas no Paraná, que integra o projeto iniciado em 2022 e atualmente em fase de conclusão do primeiro ciclo de atividades.

Segundo a professora, o NAPI se destacou desde o início por propor uma estrutura de trabalho inovadora, organizada em cinco eixos temáticos: prognósticos e diagnósticos das mudanças climáticas; biodiversidade; adaptabilidade e mitigação; cidades; e divulgação e educação climática. A proposta recebeu apoio da Fundação Araucária, que reconheceu a relevância do tema e o potencial de impacto das pesquisas para o Estado.

“Esse NAPI sempre teve um diferencial. Trabalhamos com um tema de superimportância para o Paraná, e desde o início tivemos apoio da Fundação Araucária, que entendeu o valor do projeto. Hoje já contamos com mais de 70 pesquisadores atuando de forma integrada em todas as regiões do Estado”, destacou Leila.

A docente representou o Eixo 1 do projeto e apresentou dados que confirmam tendências climáticas já perceptíveis pela população. O levantamento, que analisou séries históricas de 1979 a 2022, apontou aumento do volume total de precipitação anual, com destaque para as regiões Sul e Sudoeste do Estado. Por outro lado, o Noroeste apresentou redução nas chuvas ao longo do mesmo período.

Os resultados também mostram que as chuvas estão mais concentradas entre dezembro e fevereiro, enquanto os meses de inverno registram redução significativa na precipitação. Além disso, houve diminuição no número de dias consecutivos de chuva — de uma média de 15 dias em 1979 para 10 atualmente — e aumento dos períodos de estiagem, que passaram de cerca de 25 dias para mais de 30 dias consecutivos.

“As chuvas estão mais intensas, mas ocorrem em menos dias. Isso faz com que a água não infiltre no solo e escoe superficialmente, reduzindo a recarga dos aquíferos e a disponibilidade hídrica”, explicou.

Os estudos projetam que essas tendências devem se acentuar nas próximas décadas, caso não haja mudanças significativas nas políticas de preservação e uso da água. A docente reforçou a importância de que gestores públicos e setores produtivos considerem os dados científicos no planejamento de ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Além dos resultados científicos, Leila destacou o impacto formativo e colaborativo do projeto. Segundo ela, a atuação em rede permitiu o intercâmbio entre universidades e pesquisadores de diferentes regiões do Estado.

“O NAPI me proporcionou um crescimento profissional enorme. Estou em contato com pesquisadores experientes, de grandes centros e até com atuação internacional. Essa integração mostra que o investimento estadual em novos arranjos de pesquisa e inovação tem resultados concretos”, afirmou.

O projeto está em fase de prorrogação para que os eixos de pesquisa possam consolidar suas conexões e avançar na segunda etapa de estudos, prevista para o próximo ciclo trienal.

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