No Dia do Engenheiro Químico, celebrado neste sábado (20) de setembro, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo, presta homenagem a um profissional cuja trajetória inspira gerações: o professor Edson Silva, docente do curso de Engenharia Química, desde 1998. Sua história combina perseverança, amor pelo conhecimento e dedicação à formação de futuros engenheiros.
Edson descobriu sua vocação cedo, em meio a desafios que exigiam equilíbrio entre trabalho e estudo. “Minha trajetória começou ainda no segundo grau, quando eu e meu irmão ajudávamos nas despesas de casa trabalhando na Guarda Mirim, algo parecido com o jovem aprendiz de hoje”, relembra. Mais tarde, já atuando em um laboratório de análises clínicas, uma colega o incentivou a prestar vestibular para Engenharia Química na Universidade Estadual de Maringá (UEM).
Embora sua primeira opção fosse o curso de Química noturno, que permitiria conciliar emprego e estudos, o apoio da mãe foi decisivo para abraçar o desafio de um curso integral. “Minha mãe acreditou no meu potencial. Foi ela quem me encorajou a enfrentar as dificuldades e arriscar”, conta. A aptidão natural para matemática e o prazer em aprender completaram a equação que o levou à profissão.
Outro ponto essencial nessa caminhada foi o acesso às bolsas de estudo na pós-graduação. “A bolsa de mestrado foi fundamental para eu continuar pesquisando. Sem esse suporte, seria muito mais difícil chegar à docência”, afirma. Durante o mestrado, Edson descobriu o fascínio pela modelagem e simulação de processos, área que ampliou sua compreensão sobre os desafios e as possibilidades da Engenharia Química. O desejo de compartilhar esse conhecimento o aproximou da sala de aula: “A docência surgiu naturalmente, como uma forma de unir minha vocação com a oportunidade que recebi.”
Com um olhar atento às mudanças da sociedade, Edson enxerga que os engenheiros químicos de hoje enfrentam um cenário que exige atualização constante. “Um dos grandes desafios é incorporar os avanços da inteligência artificial na rotina industrial. A IA já está transformando processos, do controle de qualidade à otimização da produção”, explica. Ele também destaca a necessidade de modernizar o parque industrial brasileiro e de investir em práticas sustentáveis. “A competitividade global obriga o profissional a inovar continuamente, e isso demanda também o desenvolvimento de habilidades interpessoais, como gestão de projetos e trabalho em equipe.”
Quando fala sobre a relevância do Engenheiro Químico, o professor ressalta seu impacto direto no desenvolvimento econômico e social. “Países desenvolvidos têm uma base industrial sólida, e o engenheiro químico está presente em várias etapas desse processo, da produção de combustíveis e alimentos ao desenvolvimento de materiais e soluções sustentáveis”, observa. Para ele, a formação técnica deve caminhar ao lado das chamadas soft skills.
O futuro, segundo Edson, é fértil para quem escolhe a área. “A transição energética, com o hidrogênio verde e os biocombustíveis, é um campo promissor. A economia circular, a biotecnologia, os nanomateriais e a digitalização industrial também oferecem oportunidades para os engenheiros químicos contribuírem com inovação e sustentabilidade”, diz.
Aos estudantes e jovens profissionais, deixa um conselho que reflete sua própria história: “Busquem especialização nessas áreas e mantenham a curiosidade viva. O engenheiro químico do futuro será cada vez mais um agente de inovação e de transformação ambiental e social”, finaliza.
Texto: Alexsander Marques