Uma pesquisa realizada pelo curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Cascavel, apontou um recuo de 4,13% no preço da cesta básica de alimentos, no município, em julho de 2025 com relação a junho, caindo de R$705,20 para R$ 676,05.
Dos 13 itens pesquisados, os maiores responsáveis pela queda foram a batata (41,04%), o feijão preto (8,09%) e a carne (4,64%). A pesquisa utiliza metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Entre os fatores que puxaram o preço da carne para baixo está o tarifaço de 50% sobre a importações do produto, medida imposta pelo governo Trump. A alta na alíquota contribuiu para uma baixa dos preços da proteína na maior parte das cidades no Brasil, isto porque o abate de animais seguiu ritmo mais lento e, desse modo, houve redução do preço no varejo, tendência verificada em todo o País.
Já no cenário nacional, segundo o DIEESE (2025), em julho, o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 15 capitais e aumentou em outras 12. Entre junho e julho de 2025, as quedas mais relevantes ocorreram em Florianópolis (2,64%), Curitiba (2,40%), Rio de Janeiro (2,33%) e Campo Grande (2,18%).
Pela pesquisa há probabilidade do valor dos alimentos continuarem em queda e fecharem em agosto com índice ainda menor, previsto para os R$ 662,89. Nos meses de setembro e outubro, por sua vez, a tendência é de alta, R$673,31 em setembro e R$690,82 em outubro do mesmo ano.
Mesmo com a queda de produtos importantes na mesa do brasileiro, houve um
aumento no preço em sete produtos com destaque para a farinha de trigo (5,22%), margarina (2,20%), e o tomate (1,83%). respectivamente.
Outras cidades também verificaram queda: Francisco Beltrão, de 2,09%, Dois Vizinhos, 2,07% e Pato Branco, 1,04%. No Oeste, além de Cascavel, houve redução nos preços dos alimentos em Toledo, 0,68%.
Cenário nacional
No cenário nacional as quedas mais expressivas nos preços foram apontadas em Vitória (6,94%) e Florianópolis (5,23%). O excesso de oferta de grão, nas colheiras 2024/2025, reduziu os preços no varejo. O preço da carne bovina também caiu em 16 municípios.
De acordo com o DIEESE (2025), entre junho e julho de 2025, o preço do quilo da batata, coletado na região Centro-Sul, diminuiu em todas as 11 cidades. As quedas variaram entre 35,51% no Rio de Janeiro e 16,35%, em São Paulo.
A alta no preço, por outro lado, foi registrada em sete produtos com destaque para a farinha de trigo (5,22%), margarina (2,20%), e o tomate (1,83%).
Outros índices
Dos 13 produtos pesquisados no município, seis também tiveram variação negativa acumulada durante o ano, com destaque para a batata 66,75%), o tomate (16,42%) e o arroz (6,71%). No cenário nacional, a queda do primeiro ficou entre 61,59% em Belo Horizonte e 41,78% em Vitória. A oferta da batata aumentou no varejo com a intensificação das colheitas no período de seca e do inverno.
Mesmo com a queda no mês de julho, o valor da cesta básica de alimentos no Brasil tem aumentado nos últimos meses. Segundo o DIEESE (2025), comparando os valores da cesta, entre julho de 2024 e julho de 2025, houve alta em praticamente todas as capitais, com variação es entre 2,03% em Belém e 19,52% em Recife.
Pelo estudo, no que tange os valores da cesta básica, o valor necessário para alimentar uma família de dois adultos e duas crianças é estimado em R$2.028,16. Com isso, o salário-mínimo bruto para manutenção de uma família seria, em Cascavel, no mês de julho foi R$5.679,53. A mesma situação pode ser observada no cenário nacional. O maior valor foi identificado em correspondendo á 4,79 vezes o piso nacional (DIEESE, 2025).
Análise de conjuntura
Os pesquisadores da Unioeste. nesta mesma pesquisa, realizam uma análise de conjuntura, que verifica também a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de bens, produtos e serviços de um País, desemprego, inflação, entre outros
No primeiro trimestre o PIB teve uma taxa de crescimento de 2,9% em comparação ao mesmo período do ano passado e, no referido período, uma menor taxa de desemprego, 5,8%.
Para se ter uma ideia, o estoque de empregados formais, com carteira assinada, ficou em 123.022 pessoas, representando um saldo positivo de 360 empregos com relação ao mês anterior. Os setores que apresentaram mais dinâmicos foram construção civil e serviços.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo integram um projeto de extensão do curso de Economia da Universidade.
Mara Vitorino.