Especialistas da Unioeste comentam repercussões da gripe aviária e reforçam segurança do consumo
Nesta terça-feira (27), o Ministério da Agricultura informou que o foco de gripe aviária registrado em Montenegro, no Rio Grande do Sul, está contido. Ainda assim, o Brasil deve sentir por alguns dias ou até meses os impactos da suspensão das importações de carne de frango brasileira por parte de alguns países.
O Paraná, maior exportador de carne de frango do país, é um dos estados mais afetados pela suspensão, o que traz reflexos significativos para o mercado. Segundo o economista Flávio Braga de Almeida Gabriel, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Toledo, esse aumento da oferta interna pode influenciar os preços para os consumidores brasileiros. Embora esse cenário possa ser positivo para os consumidores, representa um desafio para os produtores.
De acordo com Flávio, “embora se saiba que a gripe aviária não seja transmitida pelo consumo da carne de frango, pode haver um receio por parte da população, o que impactaria negativamente a demanda nacional”.
Desde a confirmação de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul, 24 países suspenderam as importações de carne de frango do Brasil. Como o Paraná é o maior produtor nacional, os efeitos dessa decisão tendem a ser sentidos com mais intensidade no estado.
Apesar de não haver registros da doença no Paraná, a coordenadora do curso de Zootecnia da Unioeste, campus Marechal Cândido Rondon, Cinthia Eyng, ressalta a importância de manter as medidas sanitárias nos aviários. “Medidas de biossegurança, barreiras físicas, desinfecção de equipamentos antes de entrar nas áreas de produção, controle de veículos, monitoramento das aves e treinamento contínuo de que trabalha nas propriedades são medidas que devem ser mantidas”, explicou Cinthia.
Ela destaca que as aves acometidas pela gripe aviária apresentam sintomas que podem ser identificados por quem trabalha diretamente com os animais, e reforça que não há risco de transmissão da doença para humanos pelo consumo da carne de frango e ovos.
Texto: Liliane Dias