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Projeto da Unioeste estuda contaminação de peixes por agrotóxicos

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A Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Cascavel, tem um projeto que estuda a saúde dos peixes contaminados por agrotóxicos. Ele é coordenado pela professora Rosilene Luciana Delariva, iniciou em agosto de 2014 e será concluído em setembro de 2017. O projeto é intitulado “Morfohistofisiologia em peixes: variáveis biomarcadoras como ferramenta para avaliar a qualidade ambiental de ecossistemas lóticos em bacias hidrográficas paranaenses”.

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A metodologia do projeto consiste em realizar a coleta de peixes e avaliações em riachos com diferentes usos do solo no entorno como áreas rurais, urbanas e unidades de preservação ambiental, distribuídos na Bacia do rio Iguaçu, incluindo os municípios de Cascavel, Santa Tereza do Oeste, Céu Azul e Catanduva. “São coletadas da água, a temperatura, pH, oxigênio dissolvido, condutividade, sólidos totais e sedimento para mensuração da presença de agrotóxicos” a coordenadora explica e complementa que “também foram enviadas amostras de água ao Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR) de Curitiba, no Laboratório de Agroquímica, onde foram analisadas a presença e ausência de vários pesticidas. “As saídas a campo são realizadas trimestralmente durante um ano, em meses representativos das quatro estações, bem como de épocas de plantio e usos de agrotóxicos na região” explanou.

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O trabalho é feito por meio da pesca elétrica, os peixes foram coletados, anestesiados e congelados em nitrogênio líquido, ou conduzidos para o Laboratório de Ictiologia, Ecologia e Biomonitoramentos da Unioeste (LIEB). Também houve identificação, mensuração do tamanho e peso, retirados amostras de músculos, brânquias e fígado. No entanto peixes, estômagos e gônadas inteiros foram mantidos em variados conservantes.

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O objetivo deste projeto foi avaliar e comparar biomarcadores em peixes que ocorrem em bacias de drenagem no Parque Nacional do Iguaçu, com bacias de drenagens sujeitas a elevadas cargas de poluentes agrícolas e urbanos. “Estudos com este escopo são úteis no estabelecimento de políticas, tomadas de decisão e gerenciamento de recursos hídricos, assegurando um desenvolvimento sustentável da sociedade”, comentou Rosilene.

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Atualmente, o Brasil é terceiro maior consumidor mundial de defensivos agrícolas e o primeiro da América Latina, sendo que as regiões Sudeste e Sul são responsáveis por cerca de 70% do montante usado no país todo. “Se considerarmos somente o Paraná, é registrado consumo de cerca de 16% em relação ao consumo nacional. A região centro-oeste do estado é conhecida como grande polo agroindustrial, principalmente em função do clima e solos de alto potencial produtivo de grãos. A Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB-PR) divulga números alarmantes sobre os agrotóxicos liberados para o uso em cultivos agrícolas” a coordenadora contou e explica ainda que “nesse aspecto, a bacia do rio Iguaçu é caracterizada pelo intenso uso e ocupação do solo por atividades agrícolas. Aliado a essas características, a presença de uma fauna endêmica (única) e a utilização da água para abastecimento público de muitas cidades, faz da bacia do baixo rio Iguaçu uma área de extrema importância em estudos de biomonitoramento e avaliação da qualidade ambiental”.

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Os resultados obtidos com este projeto até agora foram o desenvolvimento de duas dissertações, artigos científicos, já submetidos para periódicos internacionais. Um projeto Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), um trabalho de conclusão de curso em Ciências Biológicas e dezenas de resumos em congressos científicos nacionais e internacionais. “Os resultados até agora processados indicaram a presença de agrotóxicos no sedimento da maioria dos riachos analisados. Com relação aos peixes, tecidos e órgãos de duas espécies mais abundantes já foram analisadas. Verificou-se alterações morfológicas, patologias, graves em riachos com maior uso agrícola e que apresentaram menos de 30% de cobertura vegetal em sua bacia de drenagem” finalizou.

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A equipe do projeto, além da coordenadora, conta com a participação dos professores João Paulo de Arruda Amorim, Ana Tereza Bittencourt Guimarães e Luciano Lazzarini Wolff. Os alunos do Mestrado em Conservação e Manejo de Recursos Naturais, Mayara Pereira Neves, Jardel Nimet, Crislei Larentis e Thaís Sobjak. Os discentes da graduação em Ciências Biológicas, Bruna Caroline Kotz Kliemann e Mara Cristina Baldasso. Posteriormente foi estabelecida uma parceria com o laboratório de solos do professor Silvio Cesar Sampaio, o Pró-reitor de Pesquisa.

Rosilene Luciana Delariva é formada em Ciências Biológicas e possui Mestrado e Doutorado em Ecologia de Ambientes, ambos pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).

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