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Unioeste: Projeto promove terapia cognitiva com cavalos

O projeto de Equoterapia desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Equinos (GEPEQUI) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Marechal Cândido Rondon, foi idealizado pela professora Ana Alix Oliveira, na mesma época quando entrou como docente ao curso de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Instituição, em julho de 2003. Atualmente, o curso de Agronomia também integra à atividade.

O projeto se propõe a trabalhar no efeito terapêutico e cognitivo que o cavalo, animal utilizado no projeto, traz às crianças e adolescentes, principalmente àqueles que são de famílias em condição social vulnerável. Na visão da coordenadora, a ação é a principal frente de trabalho, “tivemos várias fases de construção deste projeto, que ainda não está consolidado ou 100% em funcionamento, mas temos esperança que logo tudo estará de acordo com o previsto”.

Ela explica que esse é um projeto contínuo que já atendeu mais de 60 crianças só no ano passado em função do apoio do Programa Universidade Sem Fronteiras. O Setor de Equideocultura do Núcleo de Estações Experimentais (NEE) na Linha Guará, ligado à proposta, realiza atendimentos nas aulas práticas do curso de Zootecnia, desenvolve pesquisas de Trabalho de Conclusão de Curso e Iniciação Científica. Ana ainda conta que a dinâmica do projeto consiste “na divulgação em redes sociais e na parceria com as escolas estaduais e municipais, que após a triagem e a entrevista, é iniciado seis sessões básicas de equitação lúdica com ações de interação criança e cavalo”, complementa.

Com recursos próprios do campus e também com ajuda dos alunos de Zootecnia, além dos funcionários do NEE da Fazenda Experimental Antônio Carlos dos Santos Pessoa, desde 2006, o projeto conseguiu obter uma área de 2,5 hectares para a implantação das pastagens; um abrigo para quatro animais adquiridos pelo campus. “Por meio de cedência de uso e doações dos parceiros, também foi construído um redondel e cercas em itaúba para as divisórias das pastagens”, diz.

Atualmente o projeto conta com 11 cavalos (um adquirido pelo campus e os outros por doações), três bolsistas de graduação e um estudante voluntário de graduação, que atualmente devido à pandemia da COVID-19 estão desenvolvendo, de acordo com as orientações de prevenção, a condução de um experimento de ginástica laboral para cavalos utilizados em equoterapia. 

Em 2014, a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) disponibilizou um auxilio monetário para a construção da cavalariça, que os membros do projeto chamaram de a Casa dos Cavalos. O espaço conta com oito baias, sala de equipamentos de equitação, farmácia, área de penso e de ducha, sala de feno e rações, também foi finalizada a construção da pista de areia para a prática da equoterapia e o atendimento das crianças e adolescentes.

Ana comenta sobre a importância do aluno participar do projeto. “Para os alunos de graduação, é uma excelente oportunidade de praticar o exercício da cidadania, se doar aos animais e reconhecer neles os benefícios psicopedagógicos e a reconstrução dos lares”.

Para participar, Ana fala que as etapas são: primeiro é realizada uma entrevista para conhecer o perfil de quem vai participar do projeto e segundo feito um questionário de avaliação inicial. Ela lembra que a família deve providenciar o transporte da criança até a Cavalariça e o responsável tem que acompanhar toda a sessão após assinar um termo de consentimento.

Acompanhando todo o processo está Julia Boufleur, acadêmica do 5º período de Zootecnia.  Ela conta que sempre teve interesse em trabalhar com equinos. “Inicialmente fiquei sabendo do projeto através da “Rádio Corredor”, professores, funcionários e os meus colegas comentavam sobre o projeto de equoterapia da Prof. Ana Alix. Então no terceiro ano da faculdade resolvi participar desse projeto e auxiliar nas atividades” diz. Além disso, quem faz do trabalho a sua paixão sempre há gratidão. “É muito satisfatório para nós estudantes, pois é visível a diferença que a equoterapia faz para as crianças e até mesmo os adultos que participam. Realizar o acompanhamento desde primeira sessão até a última é muito interessante, pois você consegue acompanhar o avanço e a conexão com o animal que o participante desenvolve”, conclui.

Atualmente, a demanda do projeto está na construção da cobertura da pista de equoterapia, pois em dias de chuva ou de sol intenso o atendimento tem que ser cancelado. “Também estamos com esperança de nova aprovação do Programa Universidade Sem Fronteiras, para que possamos em tempos de Pós Covid reiniciarmos nossos atendimentos” finaliza.

 

Por Luis Gustavo

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