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Professor da Unioeste faz primeira tradução de obra mexicana

O professor do curso de Letras da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Cascavel, realizou no mês de agosto de 2020 a tradução da obra mexicana intitulada “Xicoténcatl” publicada em 1826 de autor desconhecido.

A proposta é um projeto que ocorreu desde 2013. “Desde quando batalhávamos no Tradutório - um laboratório de Tradução que coordeno dentro do Grupo de pesquisa "Ressignificações do passado na América: processos de leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção - cias para a descolonização", complementa.

A oportunidade chegou ao professor pelo fato do livro não ter uma tradução. “Como tradutor e professor de Literatura Comparada e Tradução na Pós-graduação em Letras, vimos a oportunidade de também ressignificar a história da tradução no Brasil, sempre voltada aos clássicos europeus e neles se fixando por séculos. Assim, iniciamos um projeto de tradução de obras essenciais da história da Literatura Latino-americana ainda desconhecidas no Brasil. Esta obra é a primeira delas”.

Gilmei considera que o ato de traduzir é sempre um desafio, porém, quando se trata de obras produzidas há quase dois séculos, esse fator é ainda mais determinante. “Essa obra é, inegavelmente, um marco histórico na trajetória da Literatura Latino-americana, sendo um dos primeiros exemplares de romances escritos na América e o primeiro romance híbrido de história e ficção nesse contexto. Seu caráter de enfrentamento com o cânone europeu é claro e preciso: uma obra que coloca o nativo Xicoténcatl como herói que luta diante da invasão espanhola na conquista do México. Trazer esse contexto de luta dos nativos diante dos colonizadores, ocorrida em 1519, em um romance escrito anonimamente em 1826, para o leitor de hoje exigiu-nos muitos estudos em diferentes áreas”, acrescenta.

O livro de gênero romance trata sobre a história do jovem guerreiro da tribo tlaxcalteca, Xicoténcatl, que conseguiu conceber o grande perigo que representavam os conquistadores espanhóis para a sua nação. Isso o levou a opor-se, terminantemente, a Hernán Cortés – líder dos soldados espanhóis – que buscava cruzar as terras de sua tribo, em direção a Tenochtitlán, capital do Império asteca e local de residência do Imperador, Moctezuma, a quem Cortés buscava subjugar. A existência desse jovem e as lutas travadas entre os guerreiros por ele liderados e os soldados espanhóis, aliados aos nativos já dominados pelo líder espanhol – Hernán Cortés –, constam dos registros históricos da Conquista do México. A trágica morte desse guerreiro e a consequente subjugação de seus seguidores abriram caminho à conquista espanhola não só de Tenochtitlán, mas de todo o Império asteca em 1519. O relato híbrido de história e ficção do autor anônimo expõe o dramático enfrentamento dessas forças e os resultados do embate entre elas.

Por Luis Gustavo e Gilmei Francisco Fleck

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