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Ex-aluno da Unioeste apresenta tese em cotutela na Espanha

A tese em cotutela de doutorado, denominada “Idea Vilariño (Uruguai) e Helena Kolody (Brasil): cantos à vida – encontros poéticos na América Latina”, foi defendida no dia 20 de janeiro, na Universidade de Vigo, Espanha, pelo ex-aluno de Letras, Cristian Javier Lopez, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) na qual abordou o aspecto da musicalidade como tema e como elemento estruturador na obra lírica das duas autoras latino-americanas e, também, como a arte musical possibilita novos espaços e um público mais variado à arte literária.

Dentro dos estudos e pesquisas realizados na área da Literatura Comparada, Cristian afirma que buscou estabelecer as relações da literatura com outras artes e áreas. “Nesse sentido, a produção poética das autoras latino-americanas, Idea Vilariño e Helena Kolody, revelou-nos esta possibilidade: analisar a confluência da arte literária com a música, com foco na musicalidade como temática e como elemento estruturador dos poemas de ambas as escritoras. Nossas buscas em bancos de dados revelaram que faltava um estudo concreto que auxiliasse no entendimento da musicalidade na lírica de autoras latino-americanas”. Ele ainda complementa que “na academia, a abordagem de poemas que denotam um caráter musical fica relegado a sensações do leitor ao ler as produções, sem que se explique, de modo concreto, como isso acontece com base na materialidade do poema”.

Essa tese, na visão de Lopez, buscou demonstrar de que modo pode ser apreciada a musicalidade em poemas, pela utilização da teoria de uma das autoras, a uruguaia, que desenvolveu um estudo sobre a massa sonora do poema. “Também realizamos uma comparação entre os poemas das autoras selecionadas com suas versões musicais em partituras, fato que demandou não só os conhecimentos de áreas como a literatura e a história literária, mas, também, daqueles específicos da área musical para analisar e explicar essa linguagem específica presente, também, nas construções líricas das poetas em destaque”, relata.

O professor Gilmei Francisco Fleck foi o responsável por estabelecer os primeiros diálogos e as negociações para a assinatura do primeiro convênio macro de cooperação entre as universidades. Como resultado dos contatos realizados, surgiram ações concretas para a internacionalização dos Programas de Pós-graduação e, dentro desse contexto, a mobilidade estudantil da cotutela entre as universidades. “Nossa pesquisa revelava um tema que apresentava não só a necessária novidade como, também, concretas possibilidades de diálogo internacional, já que não existiam estudos semelhantes de música e literatura”, declara Lopez.

Cristian comenta que, durante a produção da tese de doutorado, a Unioeste contribuiu tanto a nível acadêmico, com a possibilidade de contato com pesquisadores e estudiosos do país lusófono, assim como a nível administrativo, no cuidado com a documentação para atender aos cronogramas e exigências de dois programas de doutorado. “Não posso deixar de mencionar, também, o crescimento humano ao ter a oportunidade de aprender a viver entre diferentes culturas, histórias e idiomas” acrescenta.

A tese foi orientada e dirigida por uma representante de cada instituição: Dra. Carmen Luna Sellés, da Universidade de Vigo e Dra. Terezinha da Conceição Costa Hubes, da Unioeste.

Lopez acredita que a defesa foi possível porque a Uvigo acreditou na necessidade de apostar na cotutela com a Unioeste devido aos excelentes contatos que se realizaram durante as estadias dos representantes da instituição brasileira na Espanha e se mostrou sempre disposta a cumprir aquilo que se estabeleceu desde o primeiro convênio interinstitucional.

A satisfação para Cristian é grande por dois motivos: “Primeiro está a questão profissional e pessoal, a culminação da etapa acadêmica doutoral é uma conquista importante que representou sacrifícios de tempo e, no meu caso, também do econômico, embora ambas as instituições sejam públicas. A cotutela exige que se cumpram todas as exigências em ambos os programas e isso, ainda, não é possível sem a estadia efetiva no país em que estão as instituições. A segunda questão é a satisfação de ter contribuído para uma ação importante para as universidades que participaram do convênio de cotutela e que visam a uma verdadeira internacionalização” conclui.

Por Luis Gustavo

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