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Casulo

1. O CASULO

O processo de construção do casulo de seda de Bombyx mori dura cerca de 3 a 4 dias. Ao fim de um período de pouco mais de um mês, a lagarta de 5° instar torna-se amarelada e translúcida, e começa a segregar duas proteínas semi-líquidas (sericina e fibroina), que se solidificam ao entrar em contato com o ar. Estas proteínas formam o fio de seda, com o qual formará o casulo. A velocidade de liberação do fio é de 30 cm por minuto e a lagarta se movimenta fazendo uma espécie de oito, 200.000 vezes em um espaço de 3 dias.

No processo de construção do casulo de seda a lagarta se fixa, inicialmente, a um substrato através de um emaranhado de fios e posteriormente, o casulo é construído a partir de um único fio (Figura 1). O comprimento do fio de seda varia de 800 a 1.500 metros e o fio possui uma resistência mecânica de 740 Mpa (Mega Pascal), o que o torna centenas de vezes mais resistente que uma fibra de colágeno. No seu interior se dará a metamorfose do estágio larval para o estágio de mariposa (imago).

Figura 1 – Lagartas de Bombyx mori tecendo o casulo de seda.
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Fonte: Website Wormspit1.
 

Um dia após o término da construção do casulo, a lagarta se transforma em pupa (Figura 2). No estágio de pupa, que dura em torno de 10 dias, o inseto é muito susceptível às mudanças de temperatura, umidade e choques mecânicos. Além disso, são alvos fáceis para predadores, uma vez que se apresentam imóveis e sem condições de defesa. Estes fatos tornam importante a construção de abrigos, os casulos, que protegem o animal. Além da importância biológica o casulo também é importante economicamente, pois serve de fonte para a seda.

Figura 2 – Pupas de Bombyx mori.
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Fonte: Costa et al., 20202.
 

O casulo é produto de secreção da glândula da seda, um órgão tubular par que se estende látero-ventralmente ao tubo digestório. Diferenças morfofuncionais são observadas ao longo do comprimento da glândula, permitindo sua divisão em três compartimentos: o anterior forma o ducto excretor da glândula e atua na condução do material sericígeno até as fiandeiras; o médio e o posterior, compartimentos glandulares que sintetizam e secretam sericina e fibroína, respectivamente.

Em lagartas de B. mori a glândula é rudimentar do 1° ao 4° instar, produzindo pequena quantidade de seda, que é extrudada no final de cada instar; esta é utilizada para fixar o exoesqueleto velho ao substrato. No 5° instar ocorre uma hipertrofia da glândula, pelo aumento do volume celular, alta biossíntese e secreção de seda. Geralmente a seda é constituída por proteínas fibrosas: fibroína, altamente elástica, e a sericina gelatinosa. O fio de seda é formado por dois filamentos de fibroína, circundados externamente por camadas de sericinas.

Durante a metamorfose a glândula degenera-se completamente 48 horas após o início do estágio pupal.

2. LITERATURA RECOMENDADA

BRANCALHÃO, R. M. C.; TORQUATO, E. F. B.; FERNANDEZ, M. A. Cytopathology of Bombyx mori (Lepidoptera: Bombycidae) silk gland caused by multiple nucleopolyhedrovirus. Genetics and Molecular Research, v. 8(1), p. 162-172, 2009.

BUZZI, Z. J. Entomologia didática. 5 ed. Curitiba: Editora UFPR, 2010.

CORRADELLO, E. F. A. Bicho-da-seda e amoreira: da folha ao fio, a trama de um segredo milenar. São Paulo: Editora Ícone, 1987.

ROSSETTI, V. Bicho-da-seda e aranhas – propriedades físicas, químicas e biológicas. Disponível em: <https://netnature.wordpress.com/2018/03/09/bicho-da-seda-e-aranhas-propriedades-fisicas-quimicas-e-biologicas/>. Acesso em: 30 jul. 2020.

3. REFERÊNCIAS

1Disponível em: http://www.wormspit.com/bombyxsilkworms.htm.
2Laboratório de Biologia Celular, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Cascavel.

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