A Plataforma de Estudos sobre Educação do Campo e Escolas Públicas do Campo coloca-se na esteira de resistência e luta para manter vivas e atuantes as produções da Educação do Campo, nas últimas décadas, no país, mesmo com a ofensiva de desmonte da educação como política pública e, em particular, contra as escolas do campo que se acirra, numa conjuntura de fortalecimento do agronegócio.

Enraizados no processo histórico busca-se desenvolver ações que fortaleçam as Escolas Públicas do Campo, enfraquecidas quanto à sua função como escolas e, sobretudo, no que se refere à especificidade que lhe remete a um projeto de campo, uma vez que, apesar de haver legislação específica a pelo menos uma década, as orientações normativas, em muitas situações são desconhecidas ou não levadas em conta e, muitas vezes, manipuladas por parte dos que detém interesse na lógica do fechamento das escolas do campo.

A Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná – campus de Francisco Beltrão, que coordena esta Plataforma, situa-se no Sudoeste do Paraná, região que acompanha o Movimento Nacional de Educação do Campo, desde os primeiros momentos pelo trabalho das Organizações e Movimentos Sociais Populares, assim como de escolas de redes municipais e estaduais de ensino, trabalho este articulado às inúmeras referências do Paraná, dos Estados da região Sul e do país. Nesse sentido, o GEFHEMP - Grupo de Estudos em Educação, Formação Humana e Movimentos Sociais Populares, sediado na Unioeste, trabalha com a Educação do Campo na busca por produzir uma referência que rearticule as escolas públicas do campo na perspectiva do conhecimento e da resistência.

As referências produzidas pelos movimentos e organizações dos camponeses explicitam um projeto educativo com potência para rearticular a Escola Pública do Campo e sua proposta formativa, a um projeto de campo que aponte projetos de futuro e, desde esta perspectiva, delinear forma e conteúdo à escola pública do campo, sustentados nestas produções históricas e na legislação decorrente, como a Modalidade de Educação Básica do Campo.

Como diz Frigotto (1984, p. 212) sobre referências que estudou em determinado momento de suas pesquisas: “[...] o que importa reter desta perspectiva é sua direção”, ou seja, daquilo que já foi realizado, mantêm-se o que se coloca como horizonte e, segue-se recriando a partir das condições concretas em que se encontram os povos que vivem em lugares e situações específicas e, as escolas ali inseridas. É com este “chão” que se arrisca a produzir mediações como possibilidades e propostas, ainda que sejam parciais e limitadas pelo contexto e situação que se vive como camponeses, professores e escolas públicas na atual conjuntura do país.

Esta Plataforma alimenta-se também de processos em curso que se aproximem tanto da vida real dos sujeitos do campo quanto do trabalho da Universidade e do Grupo de Pesquisa como projetos de extensão, projetos de pesquisa, atividades de ensino na graduação e pós-graduação que também se somam na busca por dar conta da tarefa educativa que cabe à universidade pública em tempos tão adversos.

 

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