PROJETOS

Fundamentos Linguísticos Computacionais para a Modelagem de um Dicionário de Libras

Pesquisador: Jorge Bidarra
Acessibilidade RESUMO: O tratamento de forma automática e eficiente envolvendo traduções de línguas de um modo geral e, em particular, entre línguas com modalidades diferentes entre si, como é o caso do Português (língua oral) e Língua Brasileira de Sinais (Libras - língua espaço visual), tem sido um enorme desafio não só para linguistas, como para outros estudiosos. Busco com a presente proposta a continuação e consolidação de uma pesquisa iniciada um pouco antes e consolidada durante o pós-doutorado realizado em regime de parceria entre a UNIOESTE (onde atuo como professor e pesquisador), UFSC e University of Sheffield/UK. Dentre os principais objetivos a serem alcançados, um deles diz respeito à especificação, modelagem e implementação de um dicionário bilíngue eletrônico, no contexto das línguas em foco. Pesquisa inicialmente concebida em duas partes, os estudos conduzidos no âmbito da presente proposta se concentram basicamente nos seguintes pontos principais: (i) de um ponto de vista linguístico teórico, Análises e Descrições de diferentes fenômenos linguísticos manifestados na Libras, quer em sua relação com a língua portuguesa ou por si mesma e (ii) Desenvolvimento de um ambiente de trabalho que propicie a implementação do dicionário acima mencionado. Dentre as demandas para atingir tais objetivos, duas delas têm se mostrado necessárias: (i) a construção de um corpus linguístico paralelo e (ii) a especificação das entradas lexicais para comportar o dicionário bilíngue ensejado. Tanto o corpus quanto o dicionário são, em última instância, recursos de fundamental importância não apenas para dar sequência e materialidade às análises e descrições linguísticas que subjazem às pesquisas que, de forma mais ampla, integram o projeto, como também para a implementação futura de um tradutor bilíngue automático. Sob esse prisma, o que a seguir se apresenta diz respeito aos procedimentos relacionados, embora não restritos, às atividades mencionadas.

Palavras-Chaves: Surdez, Português - Língua Brasileira de Sinais, Dicionário Libras, Especificação de Entradas Lexicais, Linguística Computacional.
 

 

Os Elementos Referenciais no Processo Tradutório Português - Libras

Pesquisadora: Leidiani da Silva Reis
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Acessibilidade RESUMO: Embora, há muito tempo, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) venha sendo usada pela comunidade surda em território nacional, foi somente em 24 de abril de 2002, com a publicação da Lei nº 10.436, regulamentada pelo Decreto n° 5.626, que se tornou a segunda língua oficial no país. O fato de ser uma língua visual e espacial, modalidade bastante distinta da Língua Portuguesa (língua oral auditiva), bem como a necessidade, cada vez maior, de se garantir um processo interpretativo e tradutório de qualidade, no que tange à interface entre as duas línguas, vem abrindo um leque de possibilidades de pesquisas avançadas, não só na Linguística, mas também em outras áreas do conhecimento, dentre as quais podendo-se citar a Linguística Cognitiva, a Psicolinguística, o Processamento da Linguagem Natural e a Linguística Computacional. Investigar os processos e os mecanismos linguísticos envolvidos na tradução entre a Língua Portuguesa e a Libras é um desafio e, ao mesmo tempo, um caminho promissor para as pesquisas científicas. Dentre os diversos fenômenos linguísticos que permeiam tais estudos, buscamos com essa pesquisa desenvolver uma pesquisa comparativa, de modo verificar como os processos referenciais manifestados em textos produzidos na língua portuguesa se realizam na Libras. Mais exatamente, o que se pretende com esse estudo é tentar estabelecer uma ligação entre o que acontece, por exemplo, com as anáforas, as catáforas e os dêiticos, bastante comuns na língua portuguesa e, provavelmente também presentes na Libras, sendo essa constatação um dos pontos centrais para as nossas investigações. Para tal desenvolvimento, adotaremos como meio de representação a interlíngua glosa-Libras, não apenas para permitir as análises, mas também com vistas ao enriquecimento do Corpus Paralelo em construção.

Palavras-Chaves: Língua Brasileira de Sinais, Referenciação, Processos Referenciais, Anáforas 
 

 

Especificação e Modelagem de Estruturas Lexicais de um dicionário de Libras

Pesquisadora: Tania Aparecida Martins
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Acessibilidade RESUMO: Embora as pesquisas voltadas à lexicografia das línguas de sinais tenham avançado bastante, por meio de estudos realizados internacionalmente, especialmente sobre línguas estrangeiras, tais como a Americana (ASL - American Sign Language), a Inglesa (BSL - British Sign Language), Holandesa (SLN - Sign Language of the Netherlands) e Língua de Sinais Espanhola (LSE), apenas para citar algumas, no Brasil, em relação à Libras, ainda são muito poucas e embrionárias as pesquisas na área. A proposta deste trabalho segue com o objetivo de desenvGolver um estudo que, no geral, possa contribuir com os debates que vêm sendo travados no meio acadêmico e, de modo particular, com vistas à especificação e modelagem de uma estrutura de representação lexical capaz de nos permitir construir, como trabalho futuro, um dicionário bilíngue Português-Libras-Português. É certo que já existem alguns dicionários de Libras publicados no Brasil. Todavia, o que buscamos com essa pesquisa é um tipo de representação que popicie o acesso das pessoas, especialmente dos surdos, usuários da Libras como primeira língua, ao léxico de ambas as línguas, a partir de recursos que possam garantir a sua indexação de variadas maneiras. De um ponto de vista teórico, pode-se definir um dicionário bilíngue como sendo um "dicionário multilingue que registra as equivalências de significados em duas línguas" (Martinez de Souza, 1995). Porém, o fato é que ainda são muitas as controvérsias no entorno do que poderia ser considerado, efetivamente, um dicionário bilíngue. Até mesmo quando se trata de dicionários bilíngues envolvendo apenas línguas orais, consenso é inexistente (cf. Biderman, 1993; Borba, 2003). Mais complexo fica o debate quando o objetivo é dispor de um dicionário bilíngue voltado ou envolvendo línguas de sinais. No que diz respeito a essas últimas, uma das maiores dificuldades tem sido decidir qual seria a melhor maneira de indexar uma entrada em tais dicionários. Considerando que um dicionário para ser dito bilíngue precisa dispor de recursos de acesso tanto numa quanto noutra língua, no caso de dicionários voltados para pessoas surdas, a questão que se levanta é: qual a estrutura e a organização desse dicionário, de modo garantir o acesso aos itens lexicais bilateralmentel? Partindo-se dessa questão, com base em pesquisas criteriosas sobre propostas de implementação de dicionários bilíngues, nos quais encontram-se em interface línguas orais e línguas de sinais, quer produzidos no Brasil, e também internacionais, a proposta é que, ao final da pesquisa, tenha-se produzido um trabalho que possa atender aos requisitos aqui relacionados. Nesta pesquisa, cabe mencionar, será dada maior atenção a estudos relacionados à representação mental aplicada aos signos linguísticos da Libras em dicionários de línguas de sinais. Assim, serão investigadas quais as estratégias que seriam mais adequadas para essa elaboração. Como resultado desse estudo, esperam-se, primordialmente: a construção de um corpus bilíngue paralelo e a especificação/modelagem das estruturas a serem utilizadas pelo grupo de pesquisa para a implementação de um dicionário bilíngue eletrônico.

Palavras-Chaves: Surdez, Português - Língua Brasileira de Sinais, Dicionário Libras, Especificação Teórica Linguística de Entradas Lexicais
 

 

Arbitrariedade x Iconicidade na composição dos sinais de Libras

Pesquisadora: Rosana de Fátima Janes Constâncio
Acessibilidade Resumo: A relação estabelecida entre Iconicidade e Arbitrariedade há muito vem sendo estudada pelos linguistas, embora entre eles ainda pairem muitas dúvidas e controvérsias. Do ponto de vista saussuriano, diz-se que a relação que une o significante (forma) e o significado (conteúdo) é arbitrária quando entre um e outro não existe um vínculo natural entre a “realidade fonética” do signo linguístico e o que ele representa em termos semânticos. Com efeito, os nomes atribuídos às entidades, neste caso, nada mais seriam do que uma convenção estabelecida por uma comunidade de falantes que, a partir de um dado momento, concorda que esta ou aquela designação seria a melhor representação para uma determinada ideia, conceito ou objeto dentro daquela realidade de fala. Categoria fundada na plasticidade, diz-se, por outro lado, que um símbolo ou uma forma é icônica quando sua representação expressa semelhança com a entidade que nomeia, podendo esta ser de forma figurativa ou pictoricamente. Se com relação a este tema os estudos desenvolvidos no âmbito da língua portuguesa já se encontram em estágio avançado, há muito o que investigar em relação à Libras. Com a presente pesquisa, tomando por base dados coletados através de questionários aplicados a estudantes surdos ingressantes em 2018 no curso de bacharelado Letras Libras da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD/Mato Grosso do Sul, buscamos investigar, analisar e tentar responder pelo menos duas questões principais, que são: (i) até que ponto os sinais da Libras podem ser de fato considerados icônicos, como muitos insistem em afirmar, e, ainda, (ii) até que ponto o contato linguístico dos surdos com a cultura oral (STUMPF, 2008) é realmente capaz de influenciá-los quando da necessidade de serem criados novos sinais em sua língua.

Palavras-Chaves: Língua Brasileira de Sinais, Iconicidade/Transparência, Arbitrariedade/Opacidade, Representação de Sinais na Libras
 

 

Ambiguidade Lexical: sinais homônimos e polissêmicos no âmbito da Libras

Pesquisadora: Janete de Melo Nantes
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Acessibilidade RESUMO: A ambiguidade lexical, fenômeno bastante recorrente nas línguas naturais, sejam elas orais-auditivas ou gestuais-visuais, há muito vem desafiando linguistas e estudiosos da área de Processamento da Linguagem Natural (PLN). Embora na língua portuguesa vários estudos e publicações abordando esse tema sejam facilmente encontrados, no caso da Libras, ainda são muito incipientes os trabalhos desenvolvidos. Partindo de investigações que já vêm sendo realizadas no âmbito do Grupo de Estudos e Pesquisas – PORLIBRAS, objetiva-se com essa tese identificar e analisar casos de ambiguidades lexicais, casos de homonímia e polissemia, que ocorrem com sinais da Libras. O referencial teórico para sustentar as nossas análises e discussões se baseia em pressupostos teóricos da Semântica Lexical, tomando-se por referência, dentre outros, Cruse (1986, 2000a, 2000b), Pietroforte&Lopes (2003), Bidarra (2004), Lieber (2004) e Geeraerts (2010). Os dados de análise são compostos por sinais ambíguos extraídos de vídeo-provas aplicados aos estudantes surdos avaliados pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), anos de 2017, 2018 e 2019 (http://enemvideolibras.inep.gov.br/). Pesquisa de cunho qualitativo exploratório, esse trabalho se desenvolve em dois momentos: (i) levantamento e sistematização dos sinais ambíguos catalogados nas vídeo-provas do ENEM e (ii) distribuição dos sinais conforme o tipo de ocorrência, a isso se seguindo as análises e discussões propriamente ditas. Com a pesquisa, esperamos contribuir com os estudos na área, bem como produzir informações úteis para fomentar o desenvolvimento de um dicionário monolíngue de LIBRAS que vem sendo desenvolvido no âmbito do grupo supracitado, e ao mesmo tempo alimentar o corpus linguístico eletrônico português-Libras que também se encontra andamento.

Palavras-Chaves: Língua Brasileira de Sinais, Ambiguidade Lexical, Homonímia, Polossemia
 

 

Os Classificadores e os Contextos de Realização na Libras

Pesquisador: Valdenir de Souza Pinheiro
Acessibilidade RESUMO: Na morfologia das línguas de sinais, os chamados classificadores fazem parte do seu núcleo lexical (Quadros; Karnopp, 2004). São eles os responsáveis pela formação de grande parte dos sinais disponíveis nessas línguas. Pelo fato de, muitas vezes, lembrarem alguns movimentos miméticos que acompanham a fala, não raro os classificadores tendem ser confundidos com pantomimas ou simplesmente gestos. Todavia, bem diferentes destes, os classificadores trazem em sua composição características linguísticas peculiares, submetidas a regras de formação bem delimitadas. Embora constituam uma parte importante no funcionamento gramatical das línguas de sinais, o fato é que, no caso da Libras e ainda hoje, há muito pouca discussão versando sobre o assunto. Com base na literatura internacional, tem sido possível observar que, como unidade gramatical, os classificadores vão muito além do que poderíamos imaginar à primeira vista. O seu uso nas línguas de sinais, tais como discutidos no âmbito da ASL (American Sign Language), BSL (Britsh Sign Language), SLN (Sign Language of the Netherlands) e da LSE (Línguas de Sinais Espanhola), essa última servindo de base para muitos de nossos estudos, dão conta de que a morfologia dos sinais englobando os classificadores, assim como acontece com as línguas orais, embora guardadas as devidas diferenças, é rica e bastante consistente de um ponto de vista linguístico teórico. Considerando, pois, a necessidade de compreender, no âmbito da Libras, o que são, como e quando os classificadores se manifestam, o que se propõe aqui é um estudo investigativo que nos permita delimitar não apenas o papel que desempenham na Libras, mas também tentar estabelecer os contextos linguísticos de suas realizações. Para o presente estudo, além de autores brasileiros, dentre os quais citando-se Brito (1995), Felipe (2002), Quadros (2004), Bernardino (2012), também traremos para dar suporte às nossas reflexões teóricas autores tais como Supalla (1986), uma referência na área, Allan (1977), Emmorey 2003), dentre outros. Dado, no entanto, tratar-se de uma pesquisa de cunho fortemente teórico metodológico, não será objetivo com esse trabalho desenvolver análises quantitativas, mas antes qualitativas. Como tal, o conjunto de dados com os quais trabalharemos não será exaustivo. Ainda assim, a expectativa é que, a partir da coleta de sentenças originalmente escritas em Português e devidamente traduzidas para Libras, como resultado, sejamos ainda capazes de construir um corpus consistente útil para análises e trabalhos futuros em relação ao fenômeno. Assim como em outras pesquisas já citadas aqui, para a montagem desse corpus, será utilizado o ELAN (EUDICO - Linguistic Annotator) como ferramenta de auxílio para as transcrições dos dados a serem trabalhados.

Palavras-Chaves: Interface Português - Libras, Gramática da Libras, Classificadores

 

Construção de um Corpus Paralelo Português - LIBRAS

Pesquisadora: Keli Pereira Malaquias
Acessibilidade RESUMO: Baseando-se em estudos relacionados à Linguística de Corpus, pretende-se refletir sobre a constituição de um corpus paralelo de Língua Brasileira de Sinais (Libras) em interface com o Português. Diante disso, procura-se investigar o processo utilizado na construção de corpus linguístico nas línguas orais e nas línguas de sinais. Verifica-se qual a sua origem, definição, conceito, contexto histórico e características necessárias para que um corpus seja considerado representativo de uma língua. Para tanto, faz-se necessário um minucioso levantamento das produções realizadas a nível internacional, uma vez que neste primeiro momento foram encontrados poucos trabalhos no Brasil relacionado a essa temática. Assim, utilizam-se como aporte teórico, alguns autores como Baker (1995), Berber (2000), Bidermann (2001), Quadros (2016), entre outros. Esses levantamentos são relevantes para se refletir acerca de: Como deve ser construído e quais análises deve abranger um corpus linguístico nas línguas de sinais? Quais são os critérios utilizados para que um corpus em Libras seja considerado representativo? Busca-se assim, por meio das pesquisas, examinar informações fundamentais para a realização deste trabalho, como compreender quais são os critérios utilizados para a construção de um corpus, a seleção dos dados de análise, o tamanho que um corpus deveria ter para que seja considerado representativo, o público a quem se destina esse corpus, quais os tipos de dados que são trabalhados, de onde eles são extraídos, quais as etiquetas que devem ser consideradas, enfim quais análises linguísticas são necessárias obrigatoriamente em um corpus, sejam eles de palavras, sentenças ou textos. Isto posto, conforme encaminha-se o trabalho e se obtêm os resultados almejados, pode-se sugerir um modelo, dar pistas ou até mesmo criar um protótipo de um corpus em Libras que seja útil aos pesquisadores e a comunidade surda em geral.    

Palavras-chaves: 
Português - Libras, Corpus paralelo, Análise e Descrição Linguística

Plataforma de Apoio ao Desenvolvimento de Sistemas de Processamento Automático da Língua Brasileira de Sinais (Libras)

Acessibilidade RESUMO: Pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em PLN do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sob a Coordenação da Profa. Dra. Valeria Menezes Bastos, em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisas PORLIBRAS/Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), coordenado pelo Prof. Dr. Jorge Bidarra, este Projeto tem por Objetivo Geral Especificar, Modelar e Implementar Processos, Metodologias e Ferramentas Computacionais, visando à criação de uma Plataforma de Desenvolvimento de sistemas Automáticos de Processamento da Língua Brasileira de Sinais (Libras).    

Palavras-chaveS: 
Plataforma de Desenvolvimento Computacional, Especificação e Modelagem de Aplicativos, Engenharia de Software, Software Básico

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