O I SEMINÁRIO ESTADUAL –
20 ANOS DO HISTEDOPR E A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA NO PARANÁ: Percursos e
Perspectivas é um evento que marca a
trajetória do Grupo de Pesquisa HISTEDOPR, na UNIOESTEE. O HISTEDOPR é o GT local
do HISTEDBR Nacional, que tem sua coordenação geral na UNICAMP. O Grupo de
Pesquisa HISTEDOPR, tem como linha de pesquisa História, Sociedade e Educação
no Brasil e tem como alicerce teóricos e metodológicos os fundamentos da
Pedagogia Histórico-Crítica.
Esse evento substitui o I SEMINÁRIO ESTADUAL - A PEDAGOGIA
HISTÓRICO-CRÍTICA E A EDUCAÇÃO PÚBLICA PARANANENSE: 30 ANOS DO CURRÍCULO BÁSICO,
previsto
para ser realizado entre 25 e 27 de março de 2020, que foi suspenso devido ao
avanço da Pandemia do Coronavírus, cujas consequências todos sabemos.
Depois de decorridos dois anos entendemos optamos por
alterar o título d evento e incluir na programação uma sessão para debater a
trajetória do HISTEDOPR e sua atuação na área de abrangência da Unioeste, no Paraná
e no Brasil. Mas a temática central do evento permanece a Pedagogia
Histórico-Crítica e suas contribuições para a educação pública regional,
estadual e nacional.
A ideia do evento está associada
a um conjunto de atividades desenvolvidas pelo Grupo de Pesquisa que conta com
pesquisadores nos campi de Cascavel, Foz do Iguaçu e Francisco Beltrão, mas que
promove atividades que tem alcance em nível nacional.
Dentre um conjunto de atividades
desenvolvidas pelo grupo, que justificam o evento, destacamos:
A) as pesquisas desenvolvidas no
projeto: As contribuições da pedagogia
histórico-crítica para a escola pública do Paraná entre 1980 – 2010,
realizado entre 2013 e 2016, financiado pela Fundação Araucária;
B) aos grupos de estudos sobre a
Pedagogia Histórico-Crítica, na modalidade de extensão, que vem sendo
desenvolvidos desde 2017, com grupos de estudos em diversos estados brasileiros;
C) diz respeito as pesquisas
desenvolvidas e orientadas pelos docentes participantes do HISTEDOPR, junto aos
programas de mestrado em Educação de Francisco Beltrão e de Cascavel, bem como
no mestrado de Ensino de Foz do Iguaçu;
D) em 2022 comemoramos 32 anos da
implementação do Currículo Básico para a Escola Pública paranaense, fundamentado
e alicerçado na Pedagogia Histórico-Crítica;
E) precisamos ressaltar a
importância e as contribuições da PHC nos avanços da educação paranaense, tanto
no processo de ensino na educação básica, como na educação superior.
Em relação ao
conjunto dos acontecimentos no campo da Educação Brasileira, podemos considerar
que a Pedagogia Histórico-Crítica é recente. Contudo, nestes poucos anos de
existência, aproximadamente quatro décadas, ela não só tem marcado presença e
se tornado conhecida, como é referência, praticamente obrigatória, quer seja
para a historiografia e para a história da educação, bem como para os Projetos
Político-Pedagógicos (PPPs), das escolas e até mesmo nas propostas pedagógicas
de Secretarias de Estado da Educação e Secretarias Municipais de Educação.
Concorde-se
ou não com ela, adote-se ou não na prática pedagógica, ela está presente nas
discussões travadas no interior das instituições escolares. Ela está registrada
na história e na historiografia da educação brasileira e paranaense, fazendo
parte dos referenciais dos educadores.
A partir
dessa constatação sentimos a necessidade de debater tais contribuições em um
evento, de caráter estadual, visando resgatar parte dessa trajetória e conhecer
algumas das experiências realizadas nesses 30 anos de Currículo Básico.
Nosso público
alvo são os professores da educação básica das redes públicas e privadas, os
estudantes de graduação e pós-graduação e professores do ensino superior afeto
as licenciaturas, militantes dos movimentos sociais organizados, bem como
pesquisadores do campo da educação.
O objetivo
geral do evento é:
Analisar em que medida a Pedagogia
História-Crítica (PHC) influenciou/influencia, contribuiu/contribui na luta
pela escola pública e para pensar a prática pedagógica na /da educação no
Paraná.
Os objetivos específicos do evento são:
a) Conceituar os fundamentos históricos, filosóficos,
políticos e pedagógicos da Pedagogia Histórico-Crítica;
b) Construir espaços de discussão sobre os fundamentos
teóricos e metodológicos da Pedagogia Histórico-Crítica;
c) Socializar e articular referências e experiências de
ensino fundamentados na Pedagogia Histórico-Crítica;
d) Incentivar estudos e pesquisas sobre a prática pedagógica
Histórico-Crítica;
e) Debater a aceitação e/ou resistência
em relação à PHC por parte dos profissionais da educação;
f) Difundir estudos e pesquisas sobre a
Pedagogia Histórico-Crítica;
g) Fomentar a formação permanente e continuada de professores
da educação básica em suas bases teóricas e metodológicas;
h) Estimular a formação de Redes de pesquisas e estudos sobre
a Pedagogia Histórico-Crítica no Estado do Paraná;
i) Fortalecer a luta e o compromisso dos educadores com a
qualidade da Escola Pública paranaense.
O Colóquio Internacional Dinâmicas de Fronteiras encontra-se em sua quarta edição e vem se consolidando como uma atividade importante na agenda dos pesquisadores das regiões de fronteiras. Tal relevância é derivada da preocupação expressa na manutenção de uma estrutura enxuta e de um foco muito direcionado para estudos específicos que exploram a construção de saberes e de tecnologias, auxiliando no melhor entendimento e no desenvolvimento de políticas para tais regiões. Neste sentido, a atividade é articulada entre as diferentes dimensões que compõem a construção do conhecimento acadêmico e científico (ensino, pesquisa e extensão), envolvendo a formação dos acadêmicos dos cursos de graduação e pós-graduação, especialmente o PPg em Sociedade, Cultura e Fronteiras, mas também a relação com grupos de pesquisa de outras instituições acadêmicas e com grupos da sociedade civil organizada. Nesta edição, contamos desde o início com o apoio do Grupo de Pesquisa Tríplice Fronteira (UNILA), do Observatório Segurança, Infraestrutura e Fronteira (UNILA) e do Observatório das Migrações nas Regiões de Fronteira (UFGD). Além de outras equipes onde se encontram investigadores das fronteiras e organizações da sociedade civil, principalmente as associações de migrantes, que trabalham em parceria com o LAFRONT em diferentes atividades.
Ao longo do século XXI, constata-se uma ampliação do número de pesquisas em regiões de fronteira. A quantidade de publicações, de grupos de pesquisas e até mesmo de programas de pós-graduação direcionados diretamente ao tema são indicadores importantes deste aumento. Contudo, o aspecto quantitativo vem sendo acompanhado de mudanças qualitativas que exigem uma atenção especial e constante. Em linhas gerais, os estudos em regiões de fronteiras se apresentam em três matrizes: 1) os estudos dos limites internacionais; 2) os estudos das frentes de expansão e; 3) e os estudos das regiões de fronteiras. Contudo, a forma de olhar estas matrizes e pensar suas relações são diversas. Há autores que acreditam em uma linearidade das pesquisas, onde os estudos sobre limites se encontrariam entre o final do século XIX e começo do XX, as pesquisas sobre as frentes de expansão estariam entre meados do século XX e as pesquisas sobre regiões de fronteira seriam mais contemporâneas. Por outro lado, há pesquisadores que colocam os estudos sobre limites e sobre frentes de expansão como pesquisas tradicionais e as pesquisas sobre regiões de fronteira como abordagens contemporâneas e, até mesmo, pós-modernas. No entanto, ao longo dos últimos dez anos, a grande produção sobre o tema e a participação em importantes espaços de discussão, como, por exemplo, o Congresso Brasileiro de Sociologia e o Congresso da Associação Nacional de Pesquisa em Ciências Sociais, vêm demonstrando que estas duas formas de organizar o debate se apresentam de forma mecânica e não conseguem apreender todas as possibilidades de investigação. Na verdade, constata-se uma grande conexão entre as diferentes abordagens, pesquisas que, em simultâneo, questionam os limites internacionais, refletem sobre o impacto das frentes de expansão e problematizam as diferentes relações sociais nas regiões de fronteira simultaneamente.
Devido ao recente interesse em tais regiões e temáticas derivadas, parte significativa dos investigadores que estão se aproximando ou trabalhando nas fronteiras correspondem a jovens pesquisadores, exigindo o amadurecimento dos fóruns de discussão e um acompanhamento mais sistemático para o fortalecimento da área. Neste sentido, acreditamos que uma das formas possíveis de aproximar os pesquisadores dos diferentes níveis de formação deste debate, atualizando os temas, as metodologias e as perspectivas teóricas, seja por meio do diálogo e da troca de experiências entre investigadores e estudantes em eventos como o Colóquio Internacional “Dinâmicas de Fronteiras”. Partindo do pressuposto que a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) corresponde a uma universidade de fronteira e que, por isso mesmo, possui muito de suas demandas e de seus problemas relacionados com esta especificidade, a instituição é possuidora do Programa de Pós-graduação Sociedade, Cultura e Fronteiras, além de um conjunto de linhas de pesquisa em fronteiras em outros cursos de pós-graduação, como, por exemplo, na Saúde Coletiva e na Geografia. Neste contexto, torna-se fundamental que a instituição tenha como uma de suas metas a sua inserção institucional e de sua comunidade acadêmica no interior deste debate.