“A Universidade precisou priorizar vidas”, afirma o reitor Alexandre Webber

Dia 23 de dezembro chega como uma data de grande relevância para a magnitude que a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) exerce em todo estado. Foi nesse dia, em 1994, que a Unioeste se tornou reconhecida como uma Universidade, a primeira multicampi do Paraná. São 26 anos como referência em educação, pesquisa e ciência, principalmente fazendo parte da rotina de estudantes, profissionais, docentes e servidores presentes em cinco cidades - Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Marechal Cândido Rondon e Toledo, oeste e sudoeste do Paraná.

É claro que até 1994 foram anos de muitas conquistas individuais, segmentadas e primordiais para chegar ao atual patamar que a Unioeste alcançou. Importantes momentos ao longo da história, mas o que marca esse dia 23 de dezembro é a União do Oeste e Sudoeste do Paraná, que conseguiu concentrar todas as lutas e buscas em prol de educação de qualidade e resoluta, como uma única universidade, a união de cada campus que já existia.

A comemoração neste ano, reforça muito esse papel de união e do papel que a Universidade pública e de qualidade deve exercer na sociedade. Em 2020, assim como a maioria dos setores do mundo, a força da Unioeste ganhou evidência ao conseguir enfrentar os impactos causados por conta da pandemia, mas principalmente se reinventar. Neste caso, se tornou essencial em pesquisas, estudos, apoio junto à sociedade organizada, Governo do Estado, SETI (Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) isso sem contar todo o trabalho desempenhado pelo Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) que continua sendo destaque no estado em atendimentos, referência e principalmente casos de pacientes atendidos e restabelecidos. 

Nesse momento conversamos com o reitor da Unioeste, Alexandre Webber, que traz os desafios enfrentados ao longo de 2020 e como foi essencial poder contar com todos que compõem a Universidade. 

Reitor, vamos começar falando sobre a importância dessa comemoração dos 26 anos de reconhecimento da Unioeste como universidade e a primeira multicampi do Paraná?

É uma satisfação estar como reitor da Universidade Estadual do Paraná (Unioeste). Já estou aqui desde que entrei como aluno há 25 anos e é uma satisfação ver a importância da nossa Universidade Estadual Oeste do Paraná, não só para nossa região, mas para todo o estado. A Unioeste avançou muito e tem muito para avançar, tudo isso demonstra a força que é ser uma Universidade multicampi. Nesse momento de pandemia demonstramos a importância que temos, em especial o Hospital Universitário como grande referência na região, mas a Universidade como um todo se empenhou nos projetos juntos ao governo do estado, não paralisou, ficou atuante e se mantém bem avaliada em todos os meios. Nossa pós-graduação tem cumprido um papel essencial no desenvolvimento da pesquisa, na qualificação de docentes. Então, todos aqueles que lutaram para que a Unioeste estivesse onde está, devem estar muito orgulhosos, como eu estou. Tenho certeza que somos uma das grandes molas regionais do desenvolvimento do oeste e sudoeste do Paraná.


Foi um ano desafiador, em todos os sentidos. De que maneira a Unioeste precisou se adaptar a esse novo momento?

A pandemia trouxe uma transformação no mundo e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) seguiu funcionando fortemente auxiliando ao estado do Paraná, no combate à pandemia, tanto no Hospital,  como em um grande processo junto com a fundação Araucária e SETI (Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), além de internamente ter acontecido uma grande mobilização. A pós-graduação continuou com defesas e qualificações, houve a transição para atividade remota. No caso da graduação esperamos um pouco mais, realmente tínhamos a esperança de retomar as atividades presenciais, mas quando percebemos que seria totalmente inviável iniciamos uma grande discussão na Universidade, e retomamos, mesmo que parcialmente.


Como foi o foco no servidor, docentes e acadêmicos?

Ano muito difícil, para todos, e a Universidade precisou se reinventar. A atividade remota, por exemplo, não é algo difícil só para o acadêmico, os professores precisaram se adaptar diariamente, muitas vezes se viram dando aula para uma tela do computador preta, sem ver ninguém. Foi um momento de sacrifício. A Universidade não para, não parou. Nossos agentes universitários continuam firmes vindo ao trabalho, horas em rodízio, em outras de forma muita intensa presencialmente, afinal os editais estão acontecendo, os projetos, as licitações. Uma Universidade como a Unioeste é algo essencial para o desenvolvimento da sociedade.


Muitos esforços foram voltados a salvar vidas, principalmente quando falamos do HUOP. Como você avalia esse trabalho no Hospital?

Nós temos um grande orgulho de ter dentro do nosso Hospital Universitário do Oeste do Paraná, servidores da saúde, técnicos, estagiários, agentes de administração que causam felicidade para a Universidade. Esse Hospital é essencial para a saúde pública da região. Foi o primeiro Hospital do estado do Paraná a se dispor a abrir a ala exclusiva Covid e essa ala só foi se ampliando ao longo do ano. Preciso destacar que nos deixou ainda mais felizes o fato de que os primeiros servidores se voluntariaram para ocupar a ala COVID, mesmo não sabendo ao certo o grande trabalho que seria, e podemos dizer que fomos incorporando a equipe e o trabalho de qualidade não parou. 

Qual a mensagem deixada a todos que compõem a Unioeste e HUOP nesse momento?

Nesse final de ano eu gostaria muito de conversar com a comunidade acadêmica e agradecer por todo esforço nesse ano de 2020. Espero que o ano de 2021 seja repleto de esperança de vencermos essa pandemia e consequentemente a Universidade voltar a essa normalidade. É preciso enfatizar o grande esforço de todos, nesse ano professores, agentes, acadêmicos. A Universidade precisou priorizar vidas, com um grande esforço do nosso Hospital Universitário e também a paralisação das aulas presenciais em algumas atividades, mas isso não quer dizer que a Universidade parou, bem ao contrário disso: cada professor precisou reinventar sua aula, cada agente universitário veio ao serviço se preocupando com suas casas, saúde, como seria diariamente ao voltar para seus lares. Os acadêmicos tiveram que em suas casas repensar a maneira de estudar. Alguns aderiram ao remoto, outros decidiram esperar o presencial. Desejo para esse fim de ano muita saúde a todos os familiares. Juntos, ano que vem, vamos voltar a nossa Universidade e defender a grande importância que as Universidades públicas ocupam em nosso país.

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