Extensão: Projeto Geração desenvolve atividades de promoção da saúde às mulheres com mais de 60 anos

São promovidas atividades educativas, artísticas, recreativas e culturais a fim de prevenir doenças e agravos, bem como promover a saúde e o envelhecimento ativo entre essas mulheres.
 
O projeto de extensão, criado pelas professoras Claudia Ross e Leda A. Vanelli Nabuco de Gouvêa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), tem como objetivo oferecer às mulheres com mais de 60 anos de idade, atividades de promoção da saúde como parte integrante da concepção de envelhecimento ativo. Com início em 2019, hoje o projeto possui um grupo formado por aproximadamente 15 mulheres.

Segundo a coordenadora, professora Claudia Ross, o projeto também se fundamenta na ideia de que pode atender, dentro de seu escopo e amplitude, a três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, formulados no âmbito da Organização das Nações Unidas: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. 

“Sendo assim, o Projeto Geração busca novas experiências, por meio de um conjunto de atividades educativas, artísticas e recreativas, a fim de construir um espaço de encontro intergeracional entre estudantes da área da saúde da Unioeste e mulheres idosas do município de Cascavel, incluindo professoras e membro externo”, explica a coordenadora.

Presencialmente, as atividades eram realizadas quinzenalmente em salas de aula da Universidade, com duração máxima de 3 horas. Claudia explica que a execução das atividades é constituída por quatro momentos. “a) Oficinas sobre a saúde da pessoa idosa. b) Planejamento e preparo das abordagens educativas e outras atividades pelos acadêmicos extensionistas. c) Apresentação dos projetos semanais que serão elaborados pelos acadêmicos. d) Realização das atividades extensionistas junto as idosas. As atividades extensionistas, além de abordagens educativas, são desenvolvidas a partir de várias atividades que envolvem concentração e movimentos finos, tais como: atividades manuais (artesanato), colorir, dinâmicas de grupos, rodas de conversa entre outras”.

Algumas oficinas que se destacaram durante esse período foram: Reflexão sobre a vida de mulher após 60 apoiada com a atividade de decoração de caixinha de plástico com aviamentos; Micro jardim: a jardinagem como um aprendizado sobre o cuidado de si, a atividade condutora foi a decoração de vaso e o cultivo de suculentas em um pequeno jardim; Cores e saúde: sentimentos diversos despertados pelas cores, a atividade que deu suporte a reflexão foi a pintura de desenhos com lápis de cor, giz de cera e harmonização de cores, entre outras.

Hoje, a equipe conta com a coordenadora Claudia Ross, a egressa do curso de Enfermagem da Unioeste e atual professora colaboradora do colegiado do curso, Fabiele Borges, Leda A. Vanelli Nabuco de Gouvêa, como membro externo, Denise de Fátima Hoffmann Rig, egressa do curso de Enfermagem da Unioeste e atualmente enfermeira do Hospital Policlínica e Unipar Cascavel e 19 extensionistas.

Pandemia

No início deste ano, foi realizada uma reunião do projeto junto aos professores e enfermeira para retomada das atividades. No entanto, em virtude da pandemia da Covid-19, as atividades de extensão presenciais foram suspensas por determinação governamental e sanitária.

Segundo Claudia, para manter o projeto ativo, algumas atividades foram desenvolvidas junto as idosas e extensionistas por meio de WhatsApp. “Destacam-se atividades como a elaboração de vídeos educativos sobre diversas temáticas sobre a Covid-19, bem como atividades lúdicas envolvendo trabalhos manuais como crochê, tricô, enfeites, jardinagem, pratos de comida fotografados e apresentados no grupo, bem como fotografias de família e coletânea de músicas favoritas pelas professoras, enfermeira, extensionistas e principalmente as idosas”.

Acadêmicos

O projeto propicia o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades entre os acadêmicos em relação a interação e produção de atividades compatíveis com as várias faixas etárias que compõem a terceira idade e oferece à comunidade espaços de interação com atividades e conhecimentos advindos da Universidade. 

A acadêmica de Enfermagem, Gabriely de Souza Voigt, afirma que durante todo o período, as professoras do projeto garantiram a organização do grupo e a autonomia dos acadêmicos envolvidos, sempre aceitando e acolhendo sugestões, ideias e críticas. “Assim, o projeto é construído por relações, trocas, partilhas entre os diversos integrantes, entre as diferentes gerações, gerando ações que permitem que essa experiência continue viva e crescendo cada dia mais. Espero que esse projeto continue ganhando força e trazendo resultados positivos para todos os envolvidos”.

Além do aspecto próprio do aprendizado de atividades de extensão, a interação entre estudantes e as pessoas idosas, oportuniza o desenvolvimento de habilidades de comunicação e observação tão importantes para a área da saúde. “A contribuição social do projeto de extensão destaca-se na participação da Universidade Pública em espaços de encontros entre pessoas idosas, estudantes e professores. A proposição de atividades e espaços para estes encontros são um meio para que pessoas idosas de Cascavel possam interagir, aprender, compartilhar seus saberes, desenvolver ou preservar habilidades e ter momentos em que possam se sentir ativos, junto com acadêmicos (as) de cursos da saúde”, explica a coordenadora do projeto.

Para a acadêmica Laura Bonatto do curso de Enfermagem, durante os encontros com as mulheres participantes, é possível perceber a importância das atividades lúdicas na estimulação dos sentidos, gestos e raciocínio por meio da imaginação, criatividade, renovação de energias e diminuição do estresse, proporcionando um olhar para o bem-estar destas idosas. “Em cada encontro que participo, tenho a certeza que tenho muito mais a aprender com elas do que a oferecer, e isso, dentre tantos outros aspectos, é o que torna o projeto único através do trabalho em grupo entre os discentes e docentes, buscando sempre fazer a diferença nas tardes (e na vida) destas mulheres”.

No segundo semestre de 2020, os extensionistas participarão de capacitação pertinente ao projeto e no preparo de atividades referentes a 2021. “Enquanto durar a pandemia e as recomendações de distanciamento e isolamento social o projeto manterá suas atividades de forma remota junto aos professores, enfermeira, extensionistas e idosas adequando-se a nova realidade e buscando ferramentas de aproximação entre estes”, explica Claudia.

Contribuição científica

A contribuição científica deste projeto está relacionada ao desenvolvimento de conhecimentos em relação à pessoa idosa e ao envelhecimento, além de atender as necessidades de espaços de aprendizagem de estudantes de saúde junto a pessoas idosas e qualificar o cuidado em saúde nos espaços de formação acadêmica, e, posteriormente, nas equipes de saúde quando egressos do curso.

Dessa forma, de acordo com Claudia, entre os resultados esperados e já vislumbrados até o momento observam-se o desenvolvimento de habilidades dos extensionistas na abordagem com a pessoa idosa, a criação de um espaço de interação entre gerações a fim de agregar conhecimentos para os participantes e o estímulo de comportamentos e práticas relativas ao envelhecimento ativo e promoção da saúde entre mulheres idosas participantes do projeto. 

Por Ana Cauneto

LEMBRANDO QUE A FOTO FOI FEITA ANTES DA PANDEMIA DA COVID-19
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